Confira enredos das escolas de samba que encerram desfiles da Série Ouro na Sapucaí

Rio - O último dia de desfiles da Série Ouro na Marquês de Sapucaí, neste sábado (1º), promete mais emoções. A partir das 21h, Tradição, União do Parque Acari, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos de Bangu, Unidos do Porto da Pedra, São Clemente, Acadêmicos de Niterói e Império Serrano garantem tirar o fôlego do público na briga pela ascensão ao Grupo Especial e para fugir do rebaixamento para a Série Prata.

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Unidos de Bangu terá como enredo 'Maraka'anandê, Resistência Ancestral', sobre a resistência dos indígenas da Aldeia Maracanã - Divulgação/Unidos de Bangu

Acadêmicos de Vigário Geral vai desfilar o enredo 'Ecos de um Vagalume', em homenagem ao jornalista Francisco Guimarães - Divulgação/Acadêmicos de Vigário Geral

Tradição vai cruzar a passarela do samba em uma reza por um mundo melhor e pelo direito de existir - Divulgação/Tradição

Carnavalesco Leandro Valente diz que abertura e segundo setor serão grandes trunfos da Tradição na Avenida - Juliana Henrik/ Divulgação Tradição

Acadêmicos de Niterói apresenta o enredo 'Vixe Maria' sobre um dos maiores São João do mundo - Divulgação/Acadêmicos de Niterói

Acadêmicos de Niterói levará o público em viagem de Niterói até Maracanaú - Divulgação/Acadêmicos de Niterói

Carnavalesco Renato Esteve promete grande festa em desfile do Império Serrano - Divulgação/Império Serrano

Desfile da São Clemente quer levar mensagem sobre maus-tratos e abandono de animais - Divulgação/São Clemente

Enredo da São Clemente vai exaltar cães e gatos vira-latas - Divulgação/São Clemente

Porto da Pedra vai apresentar o enredo 'A História que a Borracha do Tempo Não Apagou' - Divulgação/Unidos do Porto da Pedra

Carnavalesco da Porto da Pedra, Mario Quintaes propõe reflexão sobre conflitos culturais e preservação da floresta - Divulgação/Unidos do Porto da Pedra

'Conjunto alegórico da escola será um dos destaques, investimos em movimentos nos carros e alguns pouco vistos', disse o carnavalesco Guilherme Estevão - Divulgação/União do Parque Acari

Arquivo. Última noite de desfiles da Série Ouro promete emoções na Sapucaí - Arquivo/Agência O Dia

Tradição

Ficha técnica

Enredo: Reza
Presidente: Raphaela Nascimento
Carnavalesco: Leandro Valente
Intérprete: Tuninho JR.
Mestre de bateria: Thiago Praxedes
Bateria: Explosão de Elite
Rainha de Bateria: Luciana Picorelli/ Bruno Pinheiro
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Jorge Vinícius e Verônica Lima

Voltando ao Sambódromo em 2025, a Tradição abre os desfiles com o enredo "Reza", que quer ultrapassar os muros religiosos e se conectar com o divino, o sagrado e com Deus. A agremiação do Campinho, na Zona Norte do Rio, pretende atravessar a passarela do samba em uma reza por um mundo melhor e pelo direito de existir.

"É uma expectativa incrível, um momento mágico que a gente vive. Eu como artista fico muito feliz em fazer parte desses dez anos da Tradição e estar de volta com ela no palco principal do Carnaval carioca. Nesse momento, um dos nossos pontos fortes é a nossa comunidade, é incrível como a comunidade abraçou o enredo, abraçou o samba e como eles cantam e se dedicam em todos os ensaios de rua. Então, no desfile oficial não será diferente", afirmou o carnavalesco Leandro Valente, que destacou a abertura e segundo setor como grandes trunfos da escola.

"Nosso grande trunfo é a abertura da escola. Uma abertura grandiosa onde mostra a onipresença de Deus. Reza para quem é do dia, reza para quem é da noite. Essa abertura traz uma imponência que a Tradição merece. No segundo setor, uma ala cenográfica e produzida pelas mãos da presidente e pelas minhas. Foram pouquíssimos movimentos de outras pessoas ajudando nessa construção, são 80 figurinos exclusivos. Essa ala mostra um cortejo em procissão, onde as pessoas estão pedindo e agradecendo pelas bençãos recebidas, pelas graças alcançadas. É um momento emocionante que a Tradição mostra a conexão com divino".

União do Parque Acari

Ficha técnica

Enredo: Corda de Prata – O retrato musical do Povo
Presidente: Carlos Eduardo da Silva Farias (Dudu)
Carnavalesco: Guilherme Estevão
Intérprete: Leozinho Nunes e Tainara Martins
Mestre de bateria: Daniel Silva e Erik Castro
Bateria: Fora de Série
Rainha de Bateria: Jessica Macedo
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Renan Oliveira e Laís Lúcia

Em seguida, a União do Parque Acari leva para a Avenida o enredo "Cordas de Prata: o retrato musical do povo", que celebra o violão como um ícone da cultura brasileira, explorando a evolução desde um instrumento das elites até o papel central nas festas populares. Segundo o carnavalesco Guilherme Estevão, a agremiação vai se destacar pelo seu conjunto alegórico.

"A expectativa para o desfile do Parque Acari é alta, representa muita coisa para mim, por ser a minha estreia na escola, apresentar um trabalho solo depois de dois anos, além de todo sentimento e pesquisa envolvidos na narrativa que definimos em homenagem ao violão. Acho que o conjunto alegórico da escola será um dos destaques, investimos em movimentos nos carros e alguns pouco vistos".

Acadêmicos de Vigário Geral

Ficha técnica

Enredo: Ecos de Um Vagalume
Presidente: Elizabeth da Cunha Soares (Betinha)
Carnavalesco: Caio Cidrini e Alex Carvalho
Intérprete: Danilo Cezar
Mestre de bateria: Luygui
Bateria: Swing Puro
Rainha de Bateria: Carol Padilha
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Diego Jenkins e Thaina Teixeira

Terceira da noite, a Acadêmicos de Vigário Geral vai desfilar o enredo "Ecos de um Vagalume", em homenagem ao jornalista Francisco Guimarães, o Vagalume, descendente de escravizados que escreveu cronicas populares sobre o Rio, os negros e o subúrbio, além de ser o primeiro a retratar o Carnaval nos jornais.

Unidos de Bangu

Ficha técnica

Enredo: Maraka'Anandê – Resistência Ancestral
Presidente: Leandro Augusto
Carnavalesco: Raphael Torres e Alexandre Rangel
Intérprete: Igor Vianna e Pipa Brasey
Mestre de bateria: Laion
Bateria: Caldeirão da Zona Oeste
Rainha de Bateria: Wenny
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Leonardo Moreira e Bárbara Moura

A Unidos de Bangu terá como enredo "Maraka'anandê, Resistência Ancestral", exaltando a resistência dos indígenas da Aldeia Maracanã. Localizada nas proximidades do antigo Museu do Índio e ao lado do estádio do Maracanã, é um território ancestral que abrigava a aldeia Jabebiracica, a mais importante do povo Tupinambá da Guanabara.

Unidos do Porto da Pedra

Ficha técnica

Enredo: A História que a Borracha do Tempo Não Apagou
Presidente: Fabricio Montibelo
Carnavalesco: Mauro Quintaes
Intérprete: Wantuir de Oliveira
Mestre de bateria: Pablo
Bateria: Ritmo Feroz
Rainha de Bateria: Andrea de Andrade
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Rodrigo França e Pietra Brum

De São Gonçalo para a Marquês de Sapucaí, a Unidos do Porto da Pedra vai apresentar o enredo "A História que a Borracha do Tempo Não Apagou", sobre a construção de uma cidade industrial dentro da Amazônia, nos moldes das cidades americanas, por Henry Ford: a Fordlândia. A escola propõe uma reflexão sobre conflitos culturais e a preservação da floresta. De acordo com o carnavalesco Mario Quintaes, o objetivo da agremiação é defender as riquezas do país.

"A expectativa para o desfile é muito grande porque a gente quer sempre o melhor para o povo de São Gonçalo e para o público que ama carnaval. Temos um grande enredo, uma fábula amazonense, um pedaço da história do Brasil que foi esquecido. Então, a proposta é, mais uma vez, mostrar a necessidade de lutar pela nossa identidade, pela nossa cultura e defender uma das maiores riquezas que temos".

O carnavalesco também garante uma apresentação repleta de surpresas e simbolismo. "Ao longo do desfile temos muitas surpresas a destacar, é um desfile que tem um simbolismo grande, elementos alegóricos de muito impacto e claro, um Tigre pronto para a luta", afirmou Quintaes.

Carnavalesco Mario Quintaes propõe reflexão sobre conflitos culturais e preservação da floresta - Divulgação/Unidos do Porto da Pedra — Carnavalesco Mario Quintaes propõe reflexão sobre conflitos culturais e preservação da florestaDivulgação/Unidos do Porto da Pedra

São Clemente

Ficha técnica

Enredo: São Clemente dá voz a quem não tem
Presidente: Renato de Almeida Gomes (Renatinho)
Carnavalesco: Mauro Leite
Intérprete: Rafael Tinguinha
Mestre de bateria: Marfim
Bateria: Fiel Bateria
Rainha de Bateria: Raphaela Gomes
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Alex Marcelino e Thais Romi

A São Clemente vai levar a causa animal para a Avenida, com o enredo "A São Clemente dá voz a quem não tem". A Preta e Amarela lança um olhar crítico e irreverente, em uma mensagem de defesa e amor aos bichinhos domésticos, especialmente os cães e gatos. O carnavalesco Mauro Leite diz que além de exaltar os vira-latas, a escola fará um alerta sobre maus-tratos e abandono.

"No nosso desfile, nós vamos falar sobre o amor aos animais, vamos exaltar os cães e gato vira-latas e vamos falar um pouquinho sobre o vira-lata caramelo e fazer um alerta sobre os maus-tratos e abandono", contou o carnavalesco.

Acadêmicos de Niterói

Ficha técnica

Enredo: Vixe Maria
Presidente: Wallace Palhares
Carnavalesco: Tiago Martins
Intérprete: Nêgo
Mestre de bateria: Demétrius
Bateria: Cadência de Niterói
Rainha de Bateria: Monique Rizzeto
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Vinícius Pessanha e Jack Pessanha

A Acadêmicos de Niterói, penúltima a desfilar pela Sério Ouro, apresenta o enredo "Vixe Maria". A Azul e Branca da cidade sorriso quer transformar o Sambódromo em uma verdadeira festa junina, ao contar as origens de um dos maiores São João do mundo, em Maracanaú, no Ceará. O carnavalesco Tiago Martins conta que a agremiação levará o público em viagem de Niterói até Maracanaú.

"A gente traz para vocês a quadrilha, um estilo de dança folclórica, cultural, conhecido em todo o Brasil. E vamos fazer uma alusão da Niterói chegando no São João de Maracanaú, um dos maiores São João do mundo. E levando para a Sapucaí para poder contar um pouco sobre a origem da festa junina, de como foi a construção da quadrilha aqui no Brasil".

Império Serrano

Ficha técnica

Enredo: O que espanta miséria é festa
Presidente: Flávio França
Carnavalesco: Renato Esteves
Intérprete: Kleber Simpatia
Mestre de bateria: Vitinho
Bateria: Sinfônica do Samba
Rainha de Bateria: Quitéria Chagas
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Anderson Abreu e Eliza Xavier

Encerrando os desfiles da Série Ouro, o Império Serrano tem como enredo "O que espanta miséria é festa". A escola da Serrinha, em Madureira, na Zona Norte, vai homenagear um dos maiores nomes de sua história: Beto Sem Braço, autor de clássicos como "Bum Bum Paticumbum Prugurundum", "Mãe, Baiana Mãe" e "Fala, Serrinha". De acordo com o carnavalesco Renato Esteves, a agremiação apresentará um olhar sobre os cariocas e suburbanos, a partir da ótica musicada do artista.

"O imperiano está com muita garra de pisar na Marquês de Sapucaí, já na manhã de domingo, festejando, e esse é também o espírito que toma conta de mim nesse momento. O enredo vai enaltecer Beto Sem Braço, um dos maiores ícones do Partido-alto do samba e um dos maiores compositores do Império. É um enredo que vai, através da ótica musicada de Beto Sem braço, contar um pouco da história do carioca, dos perrengues do suburbano. Ele frequentava todos os cantos do Rio, porque era feirante, e tinha esse olhar sensível, e através das músicas, passou muito desse olhar".

Esteves diz ainda que o enredo se baseia em três sambas premiados com Estandarte de Ouro. "O primeiro é o Carnaval icônico de 1982, com "Bum Bum Paticumbum Prugurundum", o segundo é o da crônica suburbana, esse olhar que ele tinha e musicou muito, do encontro das rodas de santo e de samba, através do "Mãe, Baiana, Mãe", reforçando a figura da matriarca e a importância dela no subúrbio, no morro. E o terceiro, "Fala, Serrinha", o famoso "Sou Império, sou patente", em que o Império vem festejar e reverênciar Beto Sem Braço".

Escolas não serão rebaixadas

No último dia 12, uma plenária da Liga RJ - responsável pelo Carnaval da Série Ouro - aprovou de forma unânime que o Império Serrano, Unidos de Bangu e Unidos da Ponte não serão julgados nos desfiles deste ano e vão se apresentar como hors-concours, sem possibilidade de rebaixamento para a Série Prata ou ascensão ao Grupo Especial.

A medida foi adotada por conta de um incêndio de grandes proporções que atingiu a fábrica Maximus Confecções, em Ramos, na Zona Norte, onde eram produzidas fantasias das agremiações da Série Ouro. O Império Serrano perdeu 97% de suas fantasias armazenadas no local, enquanto a Unidos de Bangu e a Unidos da Ponte sofreram perdas de 60% de seus figurinos, além de todo o material destinado à confecção de novas peças.

Os horários e dias de apresentação de todas as escolas permanecem inalterados conforme a programação oficial. As demais 13 escolas de samba serão julgadas normalmente, com a campeã garantindo acesso ao Grupo Especial no Carnaval de 2026, enquanto as duas últimas colocadas serão rebaixadas para a Série Prata. A apuração acontece no dia 6 de março.

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Tradição, União do Parque Acari, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos de Bangu, Unidos do Porto da Pedra, São Clemente, Acadêmicos de Niterói e Império Serrano fecham segundo dia no Sambódromo