Os troféus que serão entregues às seis primeiras colocadas do Carnaval 2025Renan Areias/Agência O Dia
Apreensivos, torcedores animam festa na Cidade do Samba para apuração dos desfiles
Grande Rio e Beija-Flor foram as mais citadas pela galera como candidatas ao título
Rio - A Cidade do Samba começou a ficar lotada de torcedores das escolas do Grupo Especial por volta das 15h desta quarta-feira (5). Apreensivos, os primeiros a chegar às grades discutiam sobre quem merece levar o troféu que, neste ano, homenageia a histórica carnavalesca Rosa Magalhães (1947-2024).
Duas escolas que se destacaram na avenida foram as mais citadas pelos espectadores: Grande Rio e Beija-Flor. Breno Padilha, de 22 anos, torce para a escola de Nilópolis e logo deixou um recado: “Fica, Neguinho”, bradou ele, mencionando o intérprete Neguinho da Beija-Flor, que prometeu se despedir da Marquês de Sapucaí em 2025.
Emocionado, o estudante se disse confiante para ser campeão nesta quarta-feira, homenageando o diretor de carnaval e carnavalesco Laíla, enredo da agremiação no Carnaval deste ano: “Deu muito orgulho para nós. Com 4 ou 5 anos, já comecei a escutar sambas da Beija-Flor e curtir o Neguinho. Falar dele é muito difícil, ainda mais em um ano que a gente sabe que um ciclo se encerra. Fica, Neguinho! Sem você, a Beija-Flor não seria ninguém! Durante 50 anos, você ganhou muito e deu muito orgulho para a gente. Me emocionei muito com o desfile, falar do Laíla é muito importante. É um desfile que vai ficar marcado. Neguinho, vamos ser campeões por você”.
Já as amigas de infância Elma Gusmão, 41 anos, e Patrícia Meireles, de 44, vieram do Pará para assistir à festa no Sambódromo. Com bandeiras, elas torceram para a Grande Rio, uma das que mais empolgou a arquibancada ao abordar a cultura do estado da Região Norte em seu samba-enredo “Pororocas Parawaras”.
“Foi bacana porque trouxeram exatamente como é a nossa cultura. Já aconteceu de falarem do Pará, mas com uma visão do sul. A seletiva do samba foi em Belém, então foi bem emblemático”, contou Elma.
Salgueiro corre por fora
O aposentado Jorge Barros, de 65 anos, é de São Paulo, mas afirma que Carnaval tem que ser no Rio de Janeiro. Há 10 anos, quando se encantou pelo Salgueiro, ele viaja para acompanhar a festa no Sambódromo.
“Não assisti mais Carnaval em São Paulo, só venho aqui. A primeira vez que eu vim, eu assisti a todas as escolas, mas quem me empolgou foi o Salgueiro. Sou salgueirense roxo. Esse ano, vai ser só cachorro grande. Minha escola foi mais ou menos, mas não tem como tirar fora da disputa”, torce.
O Salgueiro foi a terceira escola a desfilar no segundo dia de Carnaval e levou à avenida o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, sobre a religiosidade brasileira. Uma das alegorias da agremiação desfilou com um defeito e a harmonia de algumas alas oscilou. No entanto, a apresentação chamou atenção pela criatividade e a excelência dos mestres de bateria Gustavo e Guilherme Oliveira.
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