UPM teve recursos negados pelo Departamento Jurídico, Direção de Carnaval e Conselho Deliberativo da Liesa - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
UPM teve recursos negados pelo Departamento Jurídico, Direção de Carnaval e Conselho Deliberativo da LiesaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Publicado 28/03/2025 07:57
Rio - A Unidos de Padre Miguel anunciou, nesta quinta-feira (27), que não vai mais tentar reverter o rebaixamento à Série Ouro. A agremiação da Vila Vintém, na Zona Oeste, desfilou pelo Grupo Especial no Carnaval de 2025, depois de 52 anos, mas acabou ficando em último lugar na apuração. Após o resultado, a escola chegou a recorrer, mas teve o recurso negado. 
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Em uma nota divulgada nas redes sociais, o Boi Vermelho informou que o recurso contra o rebaixamento foi negado pelo Departamento Jurídico, pela Direção de Carnaval e pelo Conselho Deliberativo da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). A escola disse que ainda pode recorrer à Assembleia Geral, mas está "refletindo com muita responsabilidade se vale a pena seguir por esse caminho". 
"Tem sido uma luta desgastante e ainda atrapalha nosso planejamento para o próximo carnaval, enquanto as demais escolas já estão estruturando seus projetos", diz o texto, em que a escola também agredeceu o apoio que vem recebendo. "Nossa comunidade e o mundo do samba sabem que esse resultado não fez justiça ao que apresentamos na avenida. Cada manifestação de carinho, cada palavra de incentivo e toda a indignação que vimos nos dão ainda mais força para seguir em frente". 
A UPM passou pela Marquês de Sapucaí com o enredo "Egbé Iya Nassô", sobre a trajetória da africana Iyá Nassô, fundadora do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento, em Salvador, na Bahia. Em um dos recursos apresentados, a agremiação questionou a nota reduzida no samba-enredo, por causa do "excesso de termos em iorubá".
A escola defendeu que as palavras estrangeiras são cabíveis, considerando que abordou a chegada do candomblé ao Brasil. Na ocasião, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, se manifestou contra a penalização e classificou a decisão como "inaceitável" e um desrespeito à ancestralidade afro-brasileira. O presidente da Liesa, Gabriel David, também declarou que a agremiação foi "mal julgada" e "sofreu preconceito" por parte dos jurados.
A Unidos de Padre Miguel também questionou a perda de pontos em função de uma falha técnica no caminhão de som e alegou que garantir o funcionamento do equipamento sonoro não é responsabilidade da escola. Após ter o recurso negado, a agremiação chegou a solicitar uma Assembleia Geral, que ainda não havia sido marcada. Entretanto, na nota divulgada, a UPM informou que agora vai focar no Carnaval de 2026.
"Nossa história não termina aqui. Em 2026, vamos fazer o maior carnaval da nossa trajetória para, em 2027, voltar ao Grupo Especial e voltar para ficar. A Unidos de Padre Miguel nunca foi e nunca será definida por um grupo. Nossa paixão pelo samba, nossa garra e a força da nossa comunidade vão sempre brilhar muito além de qualquer divisão", completou a escola. 
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