Por karilayn.areias
Isabella Santoni aparece com a cabeça raspada para viver seu novo papel na próxima novela das 21h%2C ‘A Lei do Amor’Divulgação

Rio - Seja para radicalizar, mudar o astral ou até mesmo para interpretar um bom personagem. Raspar a cabeça está em alta e qualquer mulher pode entrar no clima, desde que tenha atitude, é o que ressalta o hair stylist Ciro Batistela, da Ophicina do Cabelo. “As mulheres são mais independentes, assim, fica mais fácil de ter atitude para ousar. Essa onda da cabeça raspada também é reflexo da cultura da nostalgia, ligada ao movimento punk”, explica Ciro. “Na minha opinião, as mulheres ficam muito bonitas de cabelo bem curtinho, e eu adoro cortar. Mas se não tiver estilo e atitude, não funciona”, acrescenta.

Isabella Santoni viveu a experiência de raspar a cabeça para viver uma personagem com leucemia, na próxima novela das 21h, ‘A Lei do Amor’. Já a new face do universo da moda Ana Schimiloski passou a máquina dois para a temporada de desfiles Verão 2017. Ela tinha o cabelo na altura da cintura, cultivado por 11 anos, mas foi sua ousadia que a levou para outro patamar. Isso, claro, se refletiu em grande destaque na mídia e muitos trabalhos, até propaganda de xampu ela fez, mesmo quase careca.

“Foi tenso quando cortei, os primeiros dias são mais difíceis de se acostumar. Mas agora estou adorando ter menos trabalho com cabelo. A gente dorme bonita e acorda bonita”, diverte-se Ana, que faz parte do casting da Agência Elo. “A vida é normal. As pessoas têm curiosidade de saber o que me levou a fazer isso. Mas o assédio permanece o mesmo.”

Se está feliz, corta para comemorar. Se está triste, corta para curar a dor. Motivos não faltam para que as mulheres mirem na máquina de raspar. “Elas alegam dois motivos fundamentais: ou mudam para se agradar ou para chocar, isso acontece quando estão felizes ou deprimidas. Geralmente, raspam com máquina um ou dois”, comenta Ciro. Mulheres com rosto oval, cabelo liso ou ondulado e com cabelo mais cheio têm chances de alcançarem um resultado mais legal, segundo o hair stylist: “O interessante é ficar bem curtinho mesmo, se tiver naquele comprimento mais ou menos não fica bonito.”

A transformação não costuma ser tão radical da noite para o dia, a coisa vai acontecendo aos poucos, as mulheres primeiro cortam na tesoura e depois vão evoluindo, até que os fios fiquem com menos de 2 cm de comprimento. “A máquina funciona mais para uma galera mais nova. Os jovens são rebeldes por natureza, né? Às vezes, as mães vão junto e tentam impedir, e eu fico ali no meio daquela discussão”, brinca Ciro. O badalado Tiago Parente também adora uma cabeça raspada. “Está super em alta. Mas só as corajosas fazem. Tem que ser muito gata e estar com tudo em cima para aderir, porque o rosto fica sem moldura e a pessoa vai ter que abusar nos cílios, bocão e acessórios”, recomenda o cabeleireiro.

As atrizes Sophia Abrahão, Carla Salle e Maria Flor não rasparam a cabeça, mas deixaram os fios bem curtos com o estilo Pixie, que é o Joãozinho mais estilizado. “É o momento do pixie, da mulher independente. Nos últimos dez anos, tivemos a explosão dos cabelões estilo Beyoncé, mas a nova geração de 15 a 25 anos não quer mais isso. Homens e mulheres querem ficar mais parecidos. Isso não tem nada a ver com homossexualidade. É a coisa mesmo do unissex”, salienta o hair stylist Neandro Ferreira, que passou a tesoura nos fios de Carla Salle e Maria Flor.

New face Ana Schimiloski posa para fotógrafo Bruno Soares. Make e hair%3A Carlos CesarioDivulgação

100% careca

Bianca Gabriel é daquelas que sabe se empoderar. Para incentivar outras mulheres a tomarem coragem para ficar careca, a estudante de administração, de 28 anos, criou o blog ‘Relatos de Uma Careca’, onde conta histórias de mulheres que viveram a experiência. “É um incentivo, e também para quebrar os padrões de beleza impostos. Algumas ficam carecas porque querem, outras por motivos de doença. No meu caso, foi estado de espírito mesmo. Depois que tive filho, não queria perder tempo cuidando de cabelo e nem gastar dinheiro com isso”, conta Bianca. Para ela, muitas pessoas não têm coragem de radicalizar por conta dos ‘padrões’. “Muitas carecas não conseguem emprego, ainda são discriminadas. As pessoas acham que, se a pessoa está careca, é porque raspou para o santo ou porque é lésbica. Várias mulheres querem raspar, mas não fazem porque ficam com vergonha ou porque acham que ficam menos femininas, mas isso não tem nada a ver. Outras dependem da aprovação do parceiro. Eu dei sorte, o meu marido que raspa minha cabeça”, diverte-se.

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