Felipe Prior é condenado por estuproReprodução/Globo/Twitter

Rio - Xingamentos, perseguições e perturbação: a advogada criminalista Maira Pinheiro sofre, há três anos e meio, com mensagens de ódio vindas de fãs do ex-BBB Felipe Prior, condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto no início do mês, por estupro de uma mulher em 2014.
Em relato ao G1, a jurista contou que suas caixas de mensagens ficavam lotadas com fãs do arquiteto, que são machistas ao tentar intimidá-la. “Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo, né? A gente não tem medo de fanático.”
A advogada era xingada de "nojenta", "imunda", "rata", "pilantra", "bandida", "vagabunda". Além disso, os haters também desejavam "o pior tipo de morte" para Maira. "Vagabunda, vadia. Esse tipo de palavra. Porque é isso que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide", contou.
Ainda segundo a advogada, colegas homens que passaram pelo caso não receberam o mesmo tipo de tratamento. "Para as mulheres, ser atacada e ameaçada no exercício da profissão é mais comum do que para os homens", afirmou.
Entenda o caso
No dia 8 de julho deste ano, Felipe Prior foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto por estupro, pela juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo. Ele enfrenta, atualmente, três inquéritos de estupro. Em um deles, Prior já é réu e nos outros dois é investigado. O ex-BBB se diz inocente.
Com a decisão da justiça, alguns famosos se posicionaram sobre o caso e deixaram de seguir o arquiteto nas redes sociais. Nesta segunda (17), internautas perceberam que influenciadores como Anitta, Jade Picon, Carlinhos Maia, Mari Gonzalez e Rafa Kalimann deram "unfollow" no ex-brother depois de ir ao ar no "Fantástico", uma reportagem onde a vítima descreveu o crime, falando sobre como se sentiu após a violência sexual, forçada por Felipe. 
 
De acordo com a vítima, o estupro aconteceu no dia 8 de maio de 2014. Na época, ela tinha 22 anos e tinha ido a uma festa na USP. Ela encontrou o ex-BBB quando estava indo embora do local e ele ofereceu uma carona. Ela e uma amiga aceitaram. O arquiteto deixou primeiro a amiga em casa e depois foi levá-la. No meio do caminho, Prior começou a beijá-la, foi para a parte de trás do carro e a puxou para lá, onde ocorreu o abuso. 
A denúncia foi feita em 2020. A magistrada argumentou que o arquiteto usou de força física para praticar violência. Ainda segundo ela, não há dúvida de que houve crime. O prontuário médico mostra que houve laceração na região genital.
A juíza também se baseia em prints de mensagens entre Prior e a vítima, além de testemunhas de defesa e acusação. A equipe que defende o ex-BBB disse que vai recorrer da decisão.