Latino desabafa e diz que é extorquido por filho dependente químico: ’Mau-caráter’Reprodução de vídeo / Instagram
Em seguida, Latino disse que o filho chegou a agredir a madrasta, Raffa Rarbbie. "Mas infelizmente ele não se adaptou em nenhum emprego que arrumei para ele e nem na minha banda. Não queria trabalhar. E eu achei estranho aquilo, convivendo com ele. Trouxe ele para perto e ele causou inúmeras situação pesadas. Uma delas foi ter agredido a minha mulher, quando ela estava com as cordas vocais operadas. Ele trouxe a Covid-19 para dentro de casa, empesteou todo mundo. Até que eu entendi que o problema desse meu filho, não era só a questão de ter ficado anos e anos longe do pai, ele tinha um problema mais sério do que isso, que era a dependência química"
"E quando a gente fala de dependência química, não é só a questão do álcool e das drogas. Existe uma dependência química psicológica, do que a gente chama de 'podre coitadismo'. Que as pessoas, por algum motivo, preferem mergulhar na bebida e nas drogas para de alguma forma se aliviar ou justificar um passado, uma infância e adolescência que não teve ao lado do pai. Eu não acho certo isso porque não tive pai presente e também não tive muitas vezes a minha mãe presente e nem por isso me tornei um cara mau-caráter".
"Convivendo com ele, eu pude perceber esse desvio de caráter que ele tem na sua personalidade, na sua sociopatia. Até que eu expulsei ele de casa e falei: 'Não dá para conviver comigo, infelizmente, por [muitos] motivos'. O fardo estava pesado. Não só por ele não querer trabalhar aos seus 26 anos, enfim, não parava em emprego nenhum. E aí, fui descobrir essa dependência química. Devolvi para a mãe, que também tentou segurar a situação dele, mas não conseguiu, porque ele estava quase separando ela do marido. Ela acabou expulsando ele de casa e ele foi morar na rua".
"Quando ele foi morar na rua, mais uma vez eu por pena, trouxe de volta para morar na minha casa. E aí, ele causou inúmeras situações pesadas e desconfortos aqui em casa. E eu não podia mais segurar ele aqui. Não podia estar ensinando o menino a dormir todo dia ao meio-dia, trocando a noite pelo dia, sem querer estudar e trabalhar. Eu estava percebendo que não estava ensinando ele da forma certa. [...] Tudo o que ele queria era se drogar e beber. Até que eu não aguentei mais. Fui lá e liguei para a mãe biológica dele, conversei com ela. E aí, ela foi, mais uma vez [e falou]: 'Vamos tentar ajudar mais uma vez. Poxa, eu acho que dessa vez vai, vou levar ele para a igreja. Vou tentar ver o que a gente consegue para tentar salvar essa alma que infelizmente está destruída pelo alcoolismo'".
O cantor deu detalhes de quando o jovem foi morar com a mãe em outro estado. "Ela pegou esse meu filho e levou para Mato Grosso. Eu, inclusive, financiei a ida dele para lá. A gente montou quarto, com violão, computador e tudo o que tinha direito. Para ele tentar se transformar num homem maduro, profissional e ajuizado. Ela empregou ele numa lanchonete que ela tinha, mas infelizmente não deu certo. Ele queria chegar 12h para trabalhar e sair às 16h. Não tinha empatia com a mãe, pelas coisas que tinha que fazer em casa. Até que ela descobriu, mais uma vez, que ele estava bebendo, enchendo a cara, guardando as garradas de vodka debaixo da cama. A gente tem um dossiê inteiro sobre essa história e os problemas que esse menino causou, não só na nossa vida, mas por não deixar a gente ajudar ele. Porque tudo que a gente queria, era poder ajudar", continuou.
"Falei: 'Se quiser um psicólogo, se ele quiser se internar, eu financio isso para ajudar. Eu quero fazer com que esse menino tome juízo. Eu preciso ajudar esse menino'. Até que chegou no fim da linha. Ela pegou ele num bar, bebendo e foi tirar satisfação com ele. Ele, mais uma vez, agrediu a mãe dele. Tentou agredir o padrasto em palavras e gestos. Enfim, fazendo escândalo no bar, todo mundo ficou olhando para a mãe dele, achando que ela era a víbora da história. Mas não sabem os problemas que ele estava causando por não querer se consertar e melhorar".
"Com tudo isso ela acabou chamando a polícia e enfiou ele dentro do ônibus e mandou ele embora. E ele foi para Santa Catarina atrás de ajuda de outras pessoas que me conhecem. E que de alguma forma, se sentiu na necessidade de ajudá-lo. Mais uma vez ele causou problemas e teve que sair dessa casa de alguns amigos nossos para tentar arrumar um emprego".
Latino explicou que resolveu fazer o pronunciamento por estar sendo ameaçado pelo filho. "Porque estou cansado de ser extorquido pelo meu filho. Eu não aguento mais. Ele vivia dizendo que se ele quisesse abrir a boca para falar mal de mim, que as pessoas poderiam acreditar nele porque é um filho. E eu passei a vida inteira dando dinheiro para ele, porque eu não queria que as pessoas vissem que era mau-caráter. [...] Então eu fui aguento firme. Mas aí chegou uma hora que eu falei: 'Não, chega'. Porque eu estava entendendo que não estava criando ele da forma que deveria ser criado que é conversar, instruir de arrumar emprego, de trabalhar e ter uma vida digna. Eu estava só financiando as loucuras. E estava entendendo que esse dinheiro ao invés de ir para o sustento dele, era para o álcool e drogas".
"Até que eu tive que parar e parei de ajudar. Até porque um menino de 27 anos, deveria estar trabalhando e estudando. E como descobri ele aos 18 anos, é óbvio que eu não tive essa convivência na sua adolescência, no momento que talvez um pai fosse mais necessário. Então eu acabei absorvendo essa culpa e talvez seja por isso que fiquei financiando essa condição de pai à distância, que não quer ele junto porque sabe que ele é problemático, mas de alguma forma queria ajudar. Mas eu tive que parar, porque o dinheiro não estava indo para alimentação, era para sustentar o vício e isso estava me causando um problema até espiritual. Porque ao invés de estar ajudando ele, eu estava contribuindo com o vício".
"Eu estou desabafando aqui com vocês porque eu não sei se muito de vocês tiveram um filho com dependência química e eu estou sofrendo muito com isso, porque eu queria muito poder ajudá-lo. Sempre que ele precisar, se ele quiser pedir ajuda para o pai, eu estarei aqui presente para ajudá-lo. Mas eu entendo que nesse momento agora, o que tenho que fazer é cortar. Cortar de vez o laço e essa pensão, porque ao invés de ajudar eu estou destruindo meu próprio filho. Eu vim desabafar porque recebo diversas ameaças desses menino, ele fala toda hora que vai para imprensa, que vai falar mal de mim e me detonar. E que as pessoas vão acreditar nele. Então, estou aqui, antes disso tudo acontecer, nem sei se ele vai ter coragem de fazer isso ou não. Mas se ele já fez ou deixou de fazer, eu preferi vir aqui desabafar e falar exatamente o que está acontecendo. E o pior de tudo, ele se faz de vítima para a sociedade, para os meus outros filhos e tenta sempre de alguma forma mascarar a sua verdadeira face", finalizou o cantor.
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