Fabiana Karlareprodução Instagram
Durante os ensaios da peça "Radojka – Uma Comédia Friamente Calculada", no final de 2023, ela decidiu investigar se a ansiedade recorrente poderia estar ligada a questões de saúde mental. Recebeu, então, o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O alívio veio com a possibilidade de entender e tratar aquilo que a acompanhava há anos, contou em entrevista ao Gshow.
O que parecia um ponto final virou apenas uma vírgula na trajetória de autoconhecimento da atriz. O ator e diretor Odilon Wagner, que conduzia o espetáculo em que ela contracenava com Tânia Bondezan, trouxe uma nova perspectiva.
"Ele participou do 'Sem Censura' [TV Brasil] com uma especialista em indivíduos com altas habilidades e falou para mim: 'Você não tem TDAH, você tem altas habilidades'. Minha primeira reação foi rir e pedir que ele parasse", relembrou Fabiana.
A fala provocou reflexões. Ela se recordou de episódios da infância e adolescência, como quando ignorou comentários semelhantes por acreditar que eram apenas elogios. Ainda pequena, pulou a fase de alfabetização e foi direto do jardim para a primeira série. Outro episódio marcante foi quando, sem nunca ter aprendido a ler partituras, conseguiu tocar de ouvido a música "Carruagem de Fogo" no piano.
Diagnóstico de altas habilidades
Incentivada por Odilon, Fabiana procurou uma clínica especializada no início de 2024. Após aproximadamente sete horas de testes e avaliações, recebeu a confirmação de que possui *altas habilidades, condição popularmente conhecida como **superdotação*.
Segundo informações do *g1*, esse perfil está ligado a um potencial elevado em áreas específicas, refletindo-se na facilidade para solucionar problemas e desenvolver conhecimentos de forma autônoma, independentemente do campo de atuação.
"Sofri a vida inteira com gente que não soube ampliar meus horizontes com essa minha alta habilidade”, desabafou.
Ao tornar público seu diagnóstico, Fabiana destacou um problema recorrente no país: a falta de estrutura para pessoas com altas habilidades. O relato também traz um apelo.
"É muito difícil falar sobre isso, porque muita gente não está preparada para esse depoimento. Vão achar que estou me sentindo um gênio e não é isso. Estou usando minha voz para falar que o Brasil precisa olhar para os alunos que necessitam de apoio e projetos que possam auxiliá-los. Sentir-se inadequado acarreta muito sofrimento", afirmou.



Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.