Victor Sparapane vive bilionário misterioso em novela Divulgação/Pedro Pedreira
Victor Sparapane interpreta herdeiro misterioso na série 'A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário'
Ator protagoniza 1ª obra vertical brasileira do ReelShort e conquista audiência com trama cheia de reviravoltas
Rio - Depois de protagonizar uma das temporadas de "Reis", da Record, Victor Sparapane foi convidado para estrelar a primeira produção brasileira do ReelShort, uma plataforma de dramas curtos. O ator dá vida ao herdeiro de reputação duvidosa Sebastião Torres em "A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário". Seu personagem entra em um casamento arranjado com Nathália Queiroz (Jéssika Alves), em uma trama cheia de segredos, que bateu a marca de 350 milhões de visualizações em pouco mais de um mês.
"Minha vida estava agitada, encerrando 'Reis', exausto, cabeça cheia... Quando o convite chegou, eu senti um silêncio bom, como se algo dentro de mim dissesse: 'olha com mais calma'. Eu podia ter recusado. Estava cansado, mas senti que ali tinha mais do que um personagem. Sabe aquele momento em que você está exausto, mas sente que precisa dar um passo a mais?", recorda.
A série de 68 episódios gira em torno do filho bastardo da família Torres que esconde um passado misterioso. "O Sebastião é um cara que aprendeu a esconder dor com elegância. E, às vezes, a gente faz isso na vida também. Então, o desafio não foi técnico. Foi íntimo. Foi acessar lugares que eu conheço… e ter que devolvê-los para câmera, sem filtro. É fácil fazer a pose de bilionário. Difícil é encarar a solidão que vem por trás", analisa.
Recém-libertado da prisão, o rapaz de reputação duvidosa se casa com Nathália, que embarca na farsa para bancar o caro tratamento médico da mãe. "Eles começam numa mentira. Mas a mentira só funciona quando a verdade está adormecida. E o que acontece com eles é que, aos poucos, a verdade acorda. O desejo, o medo, a entrega, o amor. Tudo vem. E aí já não tem mais volta. O relacionamento deles é sobre isso: sobre o que acontece quando a gente para de atuar e começa a sentir", explica o artista de 33 anos.
Neste trabalho, Sparapane reedita a parceria com Jéssika Alves, com quem contracenou em "Reis". Na produção bíblica, os artistas deram vida ao casal Onri e Siloé. "A gente já tinha uma conexão, e trabalhar com alguém que você já conhece é sempre mais fluido. A Jéssika escuta a cena com a alma", pontua.
Ele também compartilha os desafios de atuar na série em formato vertical, projetada para ser assistida principalmente pelo celular. "Enxerguei ali uma grande oportunidade de fazer um trabalho diferenciado com entrega e verdade. Por isso a concentração e entrega são tão importantes em um projeto como este. Ou você está ali — inteiro — ou a verdade escapa. O formato é íntimo, quase invasivo. E, nesse íntimo, ou você mergulha de fato na história ou não dará certo. E eu decidi mergulhar", relata.
Sobre o consumo deste novo modelo de entretenimento e a aceitação do público com o formato, Victoropina: "O jeito como a gente ama, consome, se comunica hoje — tudo é rápido. Mas nem por isso superficial. A profundidade não está na duração da cena. E sim na intensidade com que ela é vivida. Esse modelo mostra que ela pode morar em 30 segundos, mas o público será tocado de alguma forma".
Trabalhar na plataforma exigiu uma nova abordagem do artista, especialmente se comparado aos projetos na televisão. O ator revela, ainda, a pressão das gravações que eram feitas enquanto os diretores da ReelShort acompanhavam tudo em tempo real nos Estados Unidos.
"Na TV, a emoção às vezes se constrói com calma. Aqui… ela precisa nascer na primeira frase. O ator não tem tempo para 'entrar em cena'. Você já entra mergulhado. É tudo mais rápido. E eu gostei dessa experiência. É uma urgência como na nossa vida. Teve uma vez que eu sentei com um grande comunicador, desses que já estão há décadas no ar, e ele me falou: 'O ao vivo vicia'. Porque a presença exigida ali…te faz sentir mais vivo do que nunca", conta.
De acordo com o artista, explicar o êxito de um projeto nem sempre é fácil, mas ele revela que as dificuldades o ajudaram a desenvolver sua atuação e criar novas habilidades. "O sucesso, para mim, vem disso: de uma soma de quedas que você decidiu levantar com mais consciência. Então eu tento não me prender aos números. Claro, eles são importantes. Me mostram que meu trabalho tem potência, que pode viajar. Mas o que me move mesmo é a essência, a entrega e presença".
Com o resultado positivo de "Vida Secreta do Meu Marido Bilionário", Victor comenta o reconhecimento que veio com a produção. "A visibilidade é consequência de algo invisível: esforço, entrega, verdade. Se eu me apego demais à luz, eu perco a visão. Então, hoje, eu prefiro seguir pelo caminho que me leva para um lugar mais verdadeiro", reflete ele, que avalia novos projetos.
"Estou ouvindo tudo com calma. Mais importante que a quantidade é a coerência com quem eu sou agora. Quero histórias que me desafiem, que mexam comigo. Projetos que me façam crescer e me conectem ao meu propósito", conclui.