VitinhoDivulgação

Rio - Natural de Valença, no Rio, Vitinho é considerado uma das grandes vozes o pagode atual. O cantor ganhou notoriedade como vocalista do grupo Disfarce em 2008, mas oito anos depois decidiu optar pela carreira solo.
Com mais de um bilhão de visualizações no Youtube e cerca de 1,3 milhão de seguidores no Instagram, o artista se apresenta neste domingo (20), na Barra da Tijuca, com a festa 'Date com Vitinho'. Em entrevista ao MEIA HORA, ele fala sobre o show, relação com a família, revela o desejo de dividir os vocais com Belo - a quem chama de "Roberto Carlos do pagode" - e lembra os perrengues da carreira. Confira! 
- Conte um pouco quando e como você se interessou pelo pagode e o que mais te encanta nesse ritmo?
Essa é uma herança que veio do meu pai. Na verdade, a minha veia musical veio dele que toca cavaquinho, e eu o acompanhava quando pequeno, porque ele jogava uma pelada dias de domingo e sempre rolava um pagode que ele tocava com os amigos.
- Você passou muito perrengues no início da carreira quando tocava em barzinhos? Tem alguma história curiosa? 
Acho que o maior perrengue que um músico pode passar quando está começando, sem dúvida, é tocar a noite inteira e não receber. Mas eu lembro de um perrengue no Rio Grande do Sul, que tivemos que pegar um barco caindo aos pedaços para chegar ao local, pois a barca grande já tinha encerrado o horário, e como não tínhamos opção por conta do sustento da família eu topei ir. Naquele dia, achei que teria que nadar para sobreviver, pois o barco balançava de deitar na água, e começou a entrar água. Sem falar do enjoo absurdo que deu, mas como Deus não desampara a gente, conseguimos chegar ao local do show.
- Muitos jovens têm esse sonho de fazer sucesso cantando pagode. Sabemos que não é um caminho fácil. O que diria para quem tem esse desejo, mas ainda não conseguiu realizar?
O conselho que eu dou é que se Deus colocou um sonho no seu coração e te deu saúde, você tem condições de realizar, desde que você seja sempre o primeiro a acreditar em você e fazer por onde também. Eu também acho que o desejo desenfreado pelo sucesso atrapalha, a gente tem que fazer as coisas por amor e não por reconhecimento, porque quando você se entrega por amor é aí que você dá o seu melhor, e acaba se tornando melhor. 
- Você se considera um homem romântico? Faz muitas surpresas para sua mulher, Ingrid Gobbi?
Vou confessar que eu sou carinhoso, porém um homem esquecido. Às vezes eu dou mole em algumas datas, como a maioria dos homens, mas procuro fazer o meu melhor, e cada vez mais tenho lutado por isso.
- E já sofreu muito por amor? Se sim, como superou?
Apesar deu ser um cara que canta sofrência, eu nunca sofri por amor. Sou um cara que sofre sem estar sofrendo, sou um contador de histórias. Fui um cara que se casou com 23 anos e sigo até hoje com uma família linda, uma filha de 5 anos que deu um sentido completo para minha casa, e eu amo demais essa benção que Deus me deu.
- Como a paternidade mudou a sua vida?
A paternidade me deu mais coragem para muita coisa e responsabilidade, pois sempre que eu coloco a Alice para dormir toda noite, fico admirando aquele serzinho e penso: 'cara que loucura, agora, eu tenho alguém que depende de mim', e eu nunca vou querer que falte nada pra ela. Isso me mudou bastante, me deu mais coragem, me deu mais sabedoria em muita coisa.
- Com a agenda cheia de shows, como você faz para não perder esse vínculo com a família - com sua mulher Ingrid Gobbi e a filha, Alice - apesar de muitas vezes ter que viajar a trabalho?
A gente sempre conversa bastante em casa, e minha esposa que fica, sempre conscientizou bastante a Alice da importância do trabalho do papai e ela apesar de bem pequena é bem consciente (é inevitável não sentir saudade da família). Mas também elas entendem que o papai tá correndo pelo melhor delas acima de tudo.
- O que o público pode esperar do Date com Vitinho? Quais são os sucessos que não podem faltar? Terá alguma participação especial?
Preparamos, ⁠além de um show, uma experiência com muitas surpresas que deixarão a galera super à vontade no evento.
- Você é um artista que se preocupa em gravar músicas para ficar entre as mais ouvidas do streaming ou para viralizar? O que acha dessa disputa que existe entre alguns ritmos, como o funk, por exemplo?
⁠Se eu disser que eu não quero estar entre os maiores artistas da plataforma, eu seria hipócrita, porém eu não faço música estrategicamente, acho que a música tem que conversar com o meu público, porque cada um tem uma verdade consigo. Nunca fui um cara apelativo por likes ou streams, então, eu faço o meu melhor procurando o que meu público gosta de ouvir de mim. Isso, para mim, é identidade e muitas pessoas estão perdendo isso hoje em dia em diversos seguimentos em busca do resultado rápido. O que vai acontecer depois é só o cara lá de cima quem vai saber. 
- Qual é o momento mais marcante na sua carreira até hoje?
⁠Eu tive diversos momentos incríveis na carreira, mas sem dúvida nenhuma cantar com o Péricles no meu segundo DVD foi incrível. Eu não contive o choro, pois ele para mim é a maior voz do pagode, e eu aprendi muito com ele.
- Você é um cantor de sucesso, com milhares de fãs, o que você almeja ainda para realização profissional? Tem algum feat que você sonha ainda em gravar?
Pretendo continuar avançando e me tornar um dia uma referência para as novas gerações de pagodeiros que vierem, e poder contribuir para ser incentivo para galera que busca um sonho. Desejo um dia poder lotar um estádio com um show meu.
Um feat que eu ainda não consegui, mas sou muito fã e tenho certeza que certa hora vai rolar é com o Belo, que para mim é o Roberto Carlos do pagode e também uma referência gigante para todos nós do seguimento.
- E na vida pessoal? O que falta realizar?
Já sou um cara muito realizado na vida, pois sou um cara que veio do interior do estado do Rio de Janeiro (Valença) e já conquistei coisas além do que imaginei que conseguiria, mas acho que meus propósitos hoje estão muito ligados à família. Desejo ver a minha filha crescer no caminho do bem porque esse mundo está meio estranho.
Vai parecer engraçado um pagodeiro falar isso, mas tenho sonho de ter uma fazenda, pois quem acompanha minhas redes, sabe que eu adoro o lance da vida no mato, adoro lidar com os bichos e isso recarrega minhas energias. Hoje em dia, tenho um sítio. Todo meu tempo livre gosto de ir para lá, levar a galera para curtir comigo, mas penso, além disso, porque realmente é uma paixão. Gosto muito de pescar, andar a cavalo, inclusive, tenho nove lá no sítio, me empolguei.
- Como é sua relação com o Rio? Quais são os lugares que você gosta de frequentar quando está de folga?
Além de gostar de ir para o mato, quando eu estou na cidade, gosto muito de visitar os restaurantes (porque a maior diversão do casado é comer). Para curtir, também gostamos de praia e shopping. Às vezes gosto de ir para serra curtir um chalezinho e ficar de boa.