Rio - Agenor Apolinário dos Santos Neto, mais conhecido como Pablo, é considerado "A Voz Romântica do Brasil" e o "Rei da Sofrência". Natural de Candeias, na Bahia, o cantor foi o percussor do "arrocha" na música e é dono de hits como "Porque Homem não chora", " Mega Sena" e "Tomara". Em entrevista ao MEIA HORA, o artista, que se apresenta na Zona Sudoeste do Rio, no sábado (27), fala sobre a trajetória profissional de duas décadas, incluindo turnês internacionais, parcerias musicais e mais. Confira!
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- Pablo, você tem mais de 20 anos de carreira. Olhando para trás, como você enxerga essa trajetória e o impacto do 'arrocha' na música brasileira?
O arrocha nasceu na Bahia, através de uma expressão que eu falava para os casais dançarem agarradinhos na seresta. Assim, ele conquistou o Brasil, e eu tenho a honra de ser a voz dessa história. São mais de 20 anos cantando amor e provando que emoção de verdade nunca sai de moda.
- Quando você percebeu que esse estilo estava ganhando força e se tornando um gênero musical?
Percebi quando vi o Brasil inteiro cantando comigo e transformando cada show em uma grande confissão de amor. Ali entendi que o arrocha não era só música — era sentimento puro, era a alma falando mais alto. Foi nesse instante que tive certeza de que esse gênero nasceu para tocar corações por muitas gerações.
- O seu projeto "Pablo 20 Anos" é uma celebração da sua carreira. Como foi o processo de selecionar as músicas e decidir quais sucessos e releituras entrariam no DVD, gravado em Manaus?
Foi emocionante e desafiador. Cada música carrega uma lembrança da minha vida e da minha história. Quis montar um repertório que fizesse o público viajar no tempo, reviver amores, 'sofrências' e alegrias comigo. Escolher foi como folhear um álbum de memórias — e Manaus foi o palco perfeito para transformar tudo isso em um grande encontro de corações. Gravar em Manaus, um lugar que sempre me recebe de braços abertos, foi como retribuir todo esse carinho, transformando o DVD em um grande abraço para os fãs.
- A sua música sempre foi marcada pela mistura de romantismo e sofrência. Ao longo desses 20 anos, como você acha que o seu som evoluiu, especialmente com esse projeto mais maduro?
Sinto que o meu som foi amadurecendo junto comigo. Hoje, com esse projeto, consigo colocar ainda mais sentimento em cada acorde, em cada letra, com uma produção que valoriza cada detalhe da minha voz e da minha história artística. Tem a 'sofrência' que o público ama, mas também aquele romantismo profundo, aquele olhar mais maduro sobre o amor. Esse projeto representa muito isso: uma viagem no tempo de hits que marcaram a minha carreira com uma mistura de emoção e coração aberto, um retrato da minha trajetória e da evolução do meu som. É como se cada música contasse uma parte da minha carreira, cada ano, cada fase, e o público consegue sentir isso de verdade.
- Você já fez turnês internacionais, incluindo países como Alemanha, França e Portugal. Como é a recepção do público fora do Brasil para o seu trabalho e o que mais te impressiona ao se apresentar para essas audiências?
É uma experiência incrível poder levar minha música para fora do Brasil. Cada show internacional tem uma energia diferente, mas o mais emocionante é perceber que, mesmo com a barreira da língua, o público sente a emoção da nossa música. Ver pessoas cantando junto, se emocionando com as letras, dançando com a gente, é algo que não tem preço. O que mais me impressiona é como a música conecta as pessoas de forma universal. Na Alemanha, França ou Portugal, sinto que a paixão pelo nosso gênero, pelo romantismo e pela 'sofrência', atravessa fronteiras. É uma sensação única ver gente de diferentes culturas se entregando, vibrando e se emocionando com o nosso trabalho. Esses momentos me lembram que a música é uma linguagem que não precisa de tradução: ela fala direto ao coração. E, claro, exaltar também a comunidade brasileira que vai em peso curtir e se apaixonar.
- Você é conhecido como "A Voz Romântica" do Brasil. Como é para você ser a trilha sonora de tantos corações apaixonados e outros que estão sofrendo por amor?
É uma honra enorme ser chamado de 'A Voz Romântica' do Brasil. Saber que minha música faz parte da vida de tantas pessoas, que acompanha momentos de amor, de paixão, de saudade, é algo que me enche o coração de gratidão. Cada história que chega até mim, cada mensagem de alguém dizendo que uma música minha trouxe conforto ou trouxe emoção, me faz sentir que estou cumprindo meu propósito como artista. Para mim, ser a trilha sonora de corações apaixonados é uma responsabilidade linda. É a prova de que a música tem o poder de tocar almas, de unir sentimentos e de transformar momentos simples em lembranças inesquecíveis. E é isso que me motiva a continuar cantando com verdade, com emoção, para que cada pessoa que escuta sinta um pedacinho do meu coração junto com o dela.
- O que motivou a criação do projeto "Bodega do Pablo" e como é a experiência de cantar nesse ambiente intimista ao lado de amigos e convidados especiais?
A 'Bodega do Pablo' é um projeto inspirado nas lembranças da minha infância e na nostalgia do interior. A ideia é resgatar o clima das pequenas bodegas, onde eu cresci, cantava seresta e vivia momentos que hoje fazem parte da minha história e quis trazer isso pro público.
- Ao longo dos anos, você trabalhou com muitos artistas de peso, como Marcos & Belutti, Roberta Miranda e Luciano Camargo. Como essas parcerias ajudaram a moldar sua carreira e o que você aprendeu com esses grandes nomes da música?
Ao longo desses mais de 20 anos de carreira, construí muitas amizades e parcerias musicais. Além dos artistas que você citou, tive a honra de conhecer ídolos como Zezé Di Camargo & Luciano e dividir o palco com eles. Também compartilhei momentos com grandes nomes como Ivete Sangalo, Solange Almeida, Claudia Leitte e Daniela Mercury, verdadeiros ícones que sempre me inspiraram e marcaram minha trajetória.