Rita Cadillac desabafa no programa No AlvoReprodução/SBT

 Rio - A cantora Rita Cadillac, hoje com 71 anos, revelou em entrevista ao programa "No Alvo" um dos episódios mais marcantes e dolorosos de sua vida pessoal. A artista contou que, no início de sua carreira, precisou tomar a difícil decisão de deixar o filho, então com apenas um ano de idade, para trabalhar nos Estados Unidos.
Rita explicou que, mesmo à distância, tentava acompanhar a vida do menino e manter algum contato. No entanto, foi impedida de vê-lo. “É claro que dói saber que você é proibida de ver seu filho. Pior ainda foi saber que disseram a ele que eu havia morrido, quando na verdade eu sempre procurei uma forma de me aproximar. Nunca deixei de tentar”, relatou.
Segundo a cantora, a reaproximação só foi possível anos depois, quando o garoto já tinha nove anos. Para retomar a convivência, ela recorreu a uma medida extrema. “Quando consegui uma maneira de ‘sequestrar’ meu próprio filho, não pensei duas vezes. Fiz isso e o trouxe para o Rio de Janeiro. Desde então, ele nunca mais saiu do meu lado”, contou.
Apesar de poder criar o filho a partir de então, Rita reconhece que a relação entre os dois ainda carrega marcas profundas. “Existe uma cicatriz no coração. Abandonar um filho deixa consequências. Ele foi criado por uma mãe que precisava trabalhar, viajar, estar longe. Mesmo na época do Chacrinha, quando já vivíamos juntos, muitas vezes ele ficava sozinho com a babá. E isso, claro, gerou mágoas que persistem até hoje.”
"E é claro que ele tinha até vergonha, às vezes, de dizer que era filho da Rita Cadillac. Por quê? Os homens não o respeitavam, falavam besteiras. Até um professor, uma vez, falou que achava a mãe dele gostosa; ele não pensou duas vezes, deu-lhe um soco na cara e foi expulso do colégio. Essas coisas, às vezes, ainda ficam no coração, porque você fala: 'Será que eu fui uma boa mãe? Será que eu fui aquela mãe que ele sonhava?'. Eu acho que eu fui, mas fica uma coisinha sempre no meu coração", finalizou.