Ainda Estou Aqui venceu o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional Reprodução/Sony Pictures
Essa foi a 66ª premiação do filme, que já havia garantido ao Brasil o inédito Oscar de Melhor Filme Internacional.
A produtora Maria Carlota Bruno recebeu o troféu em nome da equipe e destacou o significado do reconhecimento: "Este reconhecimento é ainda mais especial por se tratar da primeira edição de um prêmio que celebra o cinema falado em português e em espanhol, línguas que compartilham uma história de resistência e criatividade", afirmou.
Ela acrescentou: "Descobri que Lihuén significa 'luz' em língua mapuche. Que bonito que Ainda Estou Aqui receba um prêmio com esse nome, pois o filme busca iluminar a história de Eunice Paiva e sua família, e, através dela, a de tantas famílias que sofreram na ditadura. Que essa luz nos acompanhe sempre para seguir contando e compartilhando nossas histórias".
Walter Salles também celebrou a conquista em comunicado oficial. "O prêmio de Melhor Filme Ibero-Americano da Academia de Cinema do Chile é uma alegria para toda a família de Ainda Estou Aqui, pela admiração que temos pelo cinema chileno e por como ele tratou dos temas da memória e da resistência", disse o diretor.
Ele ainda citou a importância de produções locais como Nostalgia da Luz, de Patrizio Guzmán, Machuca, de Andrés Wood, além de Post Mortem e No, de Pablo Larraín. Salles destacou o papel do Chile no enfrentamento às violações da ditadura: "O Chile viveu uma das ditaduras mais sangrentas dos anos 70 e 80, e soube processar mais de 1.500 militares que haviam cometido torturas e assassinatos. A justiça chilena também soube determinar que a lei da Anistia não valia para crimes de lesa-humanidade, e isso foi exemplar."
Sucesso de público e crítica
O longa retrata a trajetória de Eunice Paiva após o desaparecimento do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, levado por militares durante a ditadura. A narrativa acompanha sua luta por respostas e sua reinvenção ao lado dos filhos. O enredo se baseia no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, um dos filhos do casal.
Desde a estreia no Festival de Veneza de 2024, Ainda Estou Aqui alcançou mais de 8,5 milhões de espectadores em diferentes países, foi exibido em mais de 50 festivais e já acumula 66 prêmios internacionais.







Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.