Mel MaiaVictor Chapetta / Brazil News

Rio - Aos 21 anos, Mel Maia deu um novo passo na carreira ao interpretar sua primeira personagem adulta na série "Os Donos do Jogo", nova produção nacional da Netflix, disponível na plataforma. Conhecida do público desde a infância, quando deu vida à personagem Ritinha em "Avenida Brasil" (2012), a atriz agora assume o desafio de viver Mirna Guerra, uma mulher sensual e ambiciosa inserida no universo do jogo do bicho.
Na trama, que mergulha no submundo dos jogos de azar no Rio de Janeiro, Mel contracena com André Lamoglia (Profeta), um aspirante a dominar o império ilegal da cidade. A atriz protagoniza cenas de sexo e nudez pela primeira vez após 16 anos de carreira, algo que ela encara como um marco de amadurecimento profissional.
"Foi desafiador demais. Porque eu estou virando adulta agora e já fiz um personagem enorme, com um peso muito grande e um tema importante. Eu, como mulher carioca, tive cenas sensuais, então pra mim está sendo um marco na carreira. É tudo muito novo. Sou muito grata por esse papel. Fazer uma mulher adulta, sendo a primeira vez, é muito simbólico".
Mirna é filha de um dos chefes do jogo do bicho e vive em pé de guerra com a irmã, Suzana (Giullia Buscacio). Apesar da rivalidade, a atriz destaca que a relação entre as duas carrega camadas de afeto.
"A gente teve que trabalhar muito nesses opostos de se odiar muito, mas, ao mesmo tempo se amar porque temos o mesmo sangue. É o amor que sobrou da família, uma outra forma de amor. Foi bem desafiador. Tanto na série quanto na vida real, a gente tem irmã, então sabe como funciona essa relação. A gente briga, fica chateada, mas no fim do dia precisa estar junta, unida, se amando", reflete Mel.
'Mostramos nossa força naquele meio cheio de homens'
A atriz explica que, apesar da dureza do universo masculino retratado na série, o enredo também dá espaço para a força e o protagonismo feminino. "Mas no universo do jogo do bicho é muito diferente. As responsabilidades são muito maiores. Acho que foi bom explorar isso, porque mostramos o nosso poder, a nossa força naquele meio cheio de homens. Enquanto eles estão ali se matando pra chegar ao topo, cada uma de nós vai pelo seu caminho, com o seu próprio jogo. E, se der pra não se desentender nem se matar, melhor ainda. Cada uma no seu canto, se amando de longe dá certo", afirma.
Mel conta que a produção ajudou o elenco a compreender a complexidade desse universo. "Eu acho que fazer a série fez a gente ver mais detalhes. Os detalhes mesmo impressionam, principalmente o quanto de poder eles têm sobre o Rio de Janeiro e sobre tudo. E é interessante perceber que tudo foi conquistado com muito respeito, muito suor ali no meio deles. Saber desses detalhes foi surpreendente pra gente. A gente lia o roteiro e ficava: 'Meu Deus, a gente não sabia disso!'"
Sobre contracenar com André Lamoglia, seu par romântico na trama, Mel elogia a dedicação do colega de elenco. "Trabalhar com o André foi maravilhoso. Eu não conhecia ele e fiquei muito admirada, porque ele é muito estudioso. Construímos uma amizade, isso é muito importante para o trabalho sair perfeito. Criamos laços, intimidade, para que na hora da cena a gente tivesse essa verdade e não ficasse falso ou engessado. Ter uma boa relação com os nossos pares ou até mesmo com os rivais é essencial para que o trabalho saia verdadeiro, impecável."
A produção, cercada de elementos da cultura carioca, tem forte ligação com o Carnaval. Mel Maia relembra sua trajetória nos desfiles e comenta se aceitaria voltar à avenida como musa ou rainha de bateria, papel que já exerceu na infância, quando foi destaque e já desfilou na Pimpolhos da Grande Rio. "Eu desfilei muito quando era mais nova, com a Grande Rio. Mas acho que agora não é o momento, sabe? Quem sabe no futuro."