Rio - O Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, vai celebrar a cultura da região Norte do Brasil, neste fim de semana, em um grande evento gratuito. O Festival Amazônico promoverá shows, oficinas e exposições e outras atividades, e a programação tem como destaque a apresentação de Fafá de Belém, neste sábado (12), às 19h.
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"O Pará existe. A nossa cultura é muito potente e diversa. Espero que a ruptura da bolha, esse redescobrimento da cultura paraense, seja definitiva. Que a música do Pará seja também a música do Brasil", exalta Fafá.
Também neste sábado, vão subir ao palco a amazonense Djuena Tikuna, uma das maiores referências da música indígena no país, que terá como convidada a paraense Aíla, cantora que é também uma das curadoras do festival, às 16h30.
Mestra Bigica e o grupo de carimbó Aturiá, com participação de Naieme, paraense de raiz marajoara indígena e quilombola, irá se apresentar às 17h30.
Também serão inauguradas, às 16h, duas novas exposições. A individual Imagens da Intuição vai ocupar as duas galerias do mezanino com pinturas do artista Jair Gabriel, nascido em Roraima. São 35 trabalhos em que o artista mergulha em sua vivência na floresta com uma pintura luminosa e colorida. Cobra Canoa – por Paulo Desana e Larissa Ye’Pa, ambos naturais de São Gabriel da Cachoeira (AM), apresenta criações inspiradas na Origem da Humanidade, segundo seus diferentes povos, a partir de uma grande instalação e de fotos com luminescências, em uma sala da galeria principal.
"Os artistas convidados trazem obras significativas e que correlacionam os saberes tradicionais, suas vivências e as linguagens contemporâneas da arte. O público vai se deparar com formas e criações que mergulham em culturas e histórias muito diversas, como não podia deixar de ser, em uma região que traz saberes e estéticas como parte da estrutura sociocultural", contaAngela Mascelani, diretora do Museu do Pontal e uma das curadoras das exposições.
Em parceria com o Observatório do Clima, o Festival Amazônico antecipa discussões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 – COP30, que acontecerá em Belém, em novembro. A Central da COP, às 15h, será uma mesa-redonda ao estilo dos programas sobre futebol, com direito a bate-boca e replay de lances polêmicos, mas o assunto discutido é a emergência climática.
O festival terá, ainda, uma feira de gastronomia e artesanato. Na parte gastronômica estarão presentes os restaurantes Pescados na Brasa e Cantinho do Pará, além de barracas de açaí, tapioca e de produtos do Norte, como farinhas e licor de cacau. Nas barracas de artesanato o público vai encontrar cerâmicas, biojoias, cestaria e outras peças produzidas por indígenas, quilombolas, ribeirinhos e seringueiros de diversas partes da região amazônica.
Vale ressaltar que, nos dois dias do festival, o público contará com serviço gratuito de vans partindo do metrô da Barra e do terminal de ônibus Alvorada.
Já no domingo (13), quem vai iniciar a festa será Mestre Solano e Noites do Norte às 17h, e Mestre Damasceno, um dos autores do samba-enredo da Grande Rio no Carnaval deste ano, Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós, às 18h.
A programação ainda conta com oficina de grafismos e carimbos usados para pinturas corporais do povo Tukano, oficina de gastronomia e cantos ancestrais Tikuna, contação de histórias e dança Kambeba e uma sessão de filmes sobre brincadeiras indígenas, produzidos pela ONG Território do Brincar.
Confira a programação completa
Sábado, dia 12 de abril
10h – Contação de histórias: Dança do Mascarado do povo Kambeba. Aden Souza Moreira, da etnia Kambeba, vai contar histórias de seu povo e apresentar ao público do festival a Dança do Mascarado. Nessa manifestação, as pessoas dançam usando somente máscaras de animais e incorporam personagens das lendas amazônicas, como o Curupira. A dança é praticada pelo povo Kambeba, no município de Amaturá (AM), mas outros povos indígenas também realizam danças semelhantes.
12h – Oficina de grafismo e carimbos do povo Ye’pa Mahsã. A artista plástica Larissa Ye'pa Mahsã conduz esta oficina, que procura apresentar os saberes tradicionais do povo Tukano, por meio de atividades práticas e interativas. Depois de explicar a importância das tradições culturais para os povos originários, a artista vai orientar os participantes na pintura corporal com os carimbos e com tinta natural.
14h - Sessão de filmes sobre brincadeiras indígenas amazônicas. Exibição de curtas produzidos pela ONG Território do Brincar.
14h30 – Brincadeiras indígenas com os arte-educadores do Museu do Pontal.
15h – Central da COP. A clássica mesa redonda de futebol, com direito a bate-boca e replay de lances polêmicos, mas com um importante detalhe: o assunto discutido é a emergência climática. Eis aí a proposta do Central da COP, projeto do Observatório do Clima que usa a linguagem do futebol para falar da crise global causada pelas mudanças do clima. É VAR em declaração de político, cartão vermelho para o negacionismo e prêmio Fair Play para as energias renováveis. Vem conferir ao vivo. Mais informações em centraldacop.oc.eco.br.
15h30 – Grupo Folclórico Cultural Flores da Alegria Apresentação do Grupo Folclórico Cultural Flores da Alegria, projeto social do Município de Nilópolis (RJ), formado por mulheres da melhor idade e que tem como objetivo contribuir para a história e o fortalecimento da arte e da cultura do Pará com a dança do Carimbó.
16h – Abertura das exposições Imagens da Intuição de Jair Gabriel e Cobra Canoa de Paulo Desana e Larissa Ye’Pa, com falas dos curadores do Museu, Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, e dos artistas Jair Gabriel, Paulo Desana e Larissa Ye’Pa.
16h30 – Show de Djuena Tikuna. Show com a cantora indígena Djuena Tikuna, do povo Tikuna, do Amazonas, uma das mais importantes referências da música indígena no país. Participação de Aíla.
17h e 18h30 – DJ GUST - Nascido no sertão amazônico, o multiartista GUST toca flash brega, guitarrada, cumbia, lambada, calypso e ritmos caribenhos enquanto projeta imagens que exploram cosmovisões periféricas da Amazônia.
17h30 – Show de Mestra Bigica com o grupo Aturiá. Participação de Naieme Show do grupo Aturiá, com Mestra Bigica, de Marapanim (PA), co-fundadora do primeiro grupo de carimbó com protagonismo feminino, o "Sereia do Mar". Suas composições trazem temáticas femininas, versando sobre a vida das trabalhadoras da roça, o cotidiano na lavoura, da floresta, do meio ambiente, das mulheres e do seu protagonismo.
19h – Fafá de Belém e as Guitarradas do Pará. O Show da cantora Fafá de Belém conta com clássicos de sua carreira e o público vai dançar, também, ao som da Guitarrada, um gênero musical que surgiu no Pará, a partir da fusão de vários ritmos.
Domingo, dia 13 de abril
10h, 10h50 e 11h40 – Bebês no Museu do Pontal. Roda de música, contação de história e movimento inspirada no universo da cultura popular. Para bebês de 6 meses a 3 anos. Senhas distribuídas 45 minutos antes das sessões. No dia 13 de abril, haverá edições inspiradas na cultura amazônica.
13h - Sessão de filmes sobre brincadeiras indígenas amazônicas. Exibição de curtas produzidos pela ONG Território do Brincar.
13h30 – Brincadeiras indígenas com os arte-educadores do Museu do Pontal.
14h – DJ Bôta – Camila Brasil é a Dj Bôta, de Belém (PA), de onde carrega as encantarias e a essência amazônica. O público vai dançar com guitarrada, lambada, cumbia, carimbó, festa junina, melody marcante e tecnobrega.
15h – Oficina gastronômica com Zaire. A oficina ensina receitas simples da culinária amazônica, como Eskibon de cupuaçu, Risoto de maniçoba e Massa ao molho pesto de jambú e castanha do Pará. Também apresenta um pouco sobre seus produtos, como o tucupi, jambú e a maniva.
16h - Oficina Cantos que acalentam os Imortais, com Djuena Tikuna. A cantora indígena Djuena revela o canto dos encantados, a herança dos ancestrais que vive em cada um. Durante a vivência, o público conhece um pouco da cultura Tikuna, de como estes entendem o mundo através da musicalidade e de como se expressam com o canto, o grafismo das pinturas de jenipapo e o artesanato.
17h – Show com Noites do Norte e Mestre Solano. O grupo Noites do Norte nasceu há 12 anos e tem atuado fazendo uma ponte entre a cultura do Sudeste e a amazônica. Sua música traz uma releitura da guitarrada e do Carimbó paraense e funde esses estilos com o choro, a Cumbia, o brega, outras influências latino-americanas e o rock. Já Mestre Solano é uma referência da música amazônica, com as influências latinas vindas pela invasão das ondas das rádios dos países vizinhos, no Norte do país.
18h – Show Mestre Damasceno e Aturiá. Nascido no quilombo do Salvá, Mestre Damasceno é uma referência do carimbó do Marajó e o grupo Aturiá mistura música, dança e performances ao ritmo do Carimbó Pau e Corda. Apresentam um repertório rico do universo caboclo amazônico, com composições de mestres do Carimbó de raiz, como Verequete, Lucindo, Dikinho e mestra Bigica.
Visitas Musicadas
Sábado, 12: 11h, 13h, 15h, 16h Domingo, 13: 11h, 12h, 15h, 17h Visita pelo acervo do Museu.
Serviço:
Museu do Pontal: Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca. Sábado, das 10h às 22h Domingo, das 10h às 21h
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