Fabiana Karla é mediadora do especial ’Falas Femininas’Divulgação /TV Globo

Por O Dia
Rio - O especial "Falas Femininas", que a Globo exibe neste Dia Internacional da Mulher, destaca as trajetórias inspiradoras, valoriza a potência da mulher brasileira e provoca uma conversa franca sobre alguns dos dilemas femininos da atualidade. O programa tem um formato documental e acompanhou o dia a dia de cinco mulheres, que representam o país em sua diversidade cultural, social, racial e religiosa. A segunda etapa do projeto foi gravada nos Estúdios Globo, em São Paulo, onde elas se encontraram em um bate-papo mediado por Fabiana Karla. 
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“Esta homenagem mergulha na rotina de cinco mulheres que representam a brasileira real: batalhadoras que trazem dinheiro para dentro de casa, cuidam dos filhos, da limpeza, da comida. Cuidam muito de todos e pouco de si. O que estas mulheres têm para falar? Com o que elas sonham? Apesar de serem as mais numerosas proporcionalmente na nossa população, são as menos vistas, as menos ouvidas, as menos representadas. ‘Falas Femininas’ quer ampliar essas vozes, ao mesmo tempo em que serve como um espelho, para que elas enxerguem e reconheçam seu próprio valor. A partir de uma câmera documental, sensível e cúmplice, o especial revela ao público e às próprias protagonistas a força e a beleza de suas histórias. Nem elas se viam assim”, observa a diretora Patricia Carvalho.
“A escolha das personagens partiu do desejo de mostrar histórias ainda desconhecidas, mas fortes e extremamente representativas da população brasileira. No especial, vamos conhecer melhor as pessoas por trás dos postos de trabalho ou status social e mergulhar fundo nas suas vidas. Todas essas mulheres carregam marcas e cicatrizes de uma história dura e muito batalhada. Entretanto, isso não impede que tenham alegria, espontaneidade e leveza para superar os problemas e enxergar a vida com esperança. No slam ou na sanfona, na cozinha ou no hospital, elas têm a garra e a força típicas da mulher brasileira”, conta a diretora Antonia Prado.
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Fabiana Karla está na equipe de criação do programa e também é mediadora do bate-papo. "Quando começamos a escutá-las, nos reconhecemos em muitas dessas histórias, nos reconhecemos nas dores, nas vontades, nos receios, nos desejos, e isso traz sororidade. Todos vão se sentir contemplados com a beleza desse especial e com todo o conteúdo que vamos oferecer. Na verdade, conteúdo que elas têm para oferecer, já que elas são as estrelas", diz a atriz.
Conheças as participantes
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Do Rio de Janeiro vem a rapper e estudante universitária Carol Dall Farra, de 26 anos. Nascida em Bonsucesso, criada em Duque de Caxias, região metropolitana da cidade, trabalhou para pagar o próprio cursinho pré-vestibular, e hoje, estuda na UFRJ, onde está concluindo a faculdade de Geografia. Sua trajetória estimulou a própria mãe, Eliane, a voltar para a escola. As duas são muito amigas, e Eliane morre de orgulho de filha, que também escreve poemas, é slammer.
A auxiliar de enfermagem Cristiane Sueli de Oliveira, de 44 anos, nasceu e mora em São Paulo. Está separada há dois anos, mora com os quatro filhos e se divide entre a rotina no hospital e o cuidado com eles. Ainda na capital paulista mora Sebastiana do Santos Oliveira, a Tina. A diarista, de 47 anos, nasceu na Bahia, onde desde cedo começou a trabalhar em casa de família como empregada. Quando um dos irmãos se mudou para São Paulo, pegou o mesmo rumo. Na capital paulista, faz faxina em residências, empresas, cozinha para eventos. Atualmente, mora com os dois filhos.
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A ambulante Gleice Araújo Silva é mais conhecida como Ruana. Com 29 anos, mora em Salvador com o marido e as três filhas e tem uma barraca de drinks na praia. Fora da alta temporada, complementa sua renda cozinhando em eventos ou por encomenda. E, em São Raimundo Nonato, no Piauí, o ‘Falas Femininas’ encontrou Maria Sebastiana Torres da Silva, de 59 anos. A agricultora, não frequentou a escola porque tinha que trabalhar na roça, mas aprendeu a tocar sozinha uma sanfona que encontrou abandonada. E conciliou o trabalho na lavoura com apresentações em festas para conseguir dinheiro para criar os filhos. Teve nove, sete estão vivos, é avó de 14 netos e continua a trabalhar como agricultora. Em 2019, entrou em uma escola para alfabetização de adultos, onde aprendeu a escrever seu nome.