Evandro Fióti fala sobre briga com EmicidaReprodução de vídeo / TV Globo

Rio - Evandro Fióti concedeu uma entrevista ao "Fantástico", exibida neste domingo, da TV Globo, e negou as acusações de que teria desviado R$ 6 milhões da empresa Laboratório Fantasma, da qual era sócio com o irmão, o rapper Emicida. Em meio a uma batalha judicial com o familiar, o empresário desmentiu os rumores de que teria feito saques indevidos e disse que nunca trabalhou de maneira 'antiética'.  


"Não fiz. Todas as transferências para ambos os sócios, e a divisão de lucros desses 16 anos, sempre foram feitas seguindo os ritos de governança da área administrativa e financeira. Não trabalhei de maneira antiética em nenhuma vez da minha vida", afirmou Fióti, que comentou a relação com Emicida. "Quando eu percebi que existia um distanciamento entre nós, foi ali mais ou menos entre 2017 e 2018". 
O fim da parceria profissional entre Evandro e Emicida se tornou pública no dia 28 de março através de um comunicado divulgado pelo rapper. Fióti, então, anunciou "uma nova etapa em sua carreira", "passando a dedicar mais atenção ao seu percurso como artista musical, ao mesmo tempo em que amplia sua atuação com consultoria estratégica para artistas em busca de posicionamento e desenvolvimento no mercado". 
O empresário lamentou o rompimento dos dois. "Eu tenho muita saudade do Leandro que se emocionava quando eu tocava violão. Aquela foi a energia que possibilitou que a nossa família construísse uma empresa para impulsionar os nossos sonhos". 
Na empresa Laboratório Fantasma, criada em 2010 e que agencia a carreira de Emicida, Leandro (Emicida), e Evandro Fióti tinham 50% cada. O rapper era a estrela artística, já Fióti era o responsável pela gestão da empresa e também agenciava outros cantores. Uma alteração contratual, em 2014, deu a Emicida 90% da empresa. Com isso, Evandro ficou com apenas 10%. A administração ficou à cargo do cantor e os sócios poderiam, em comum acordo, ficar uma retirada mensal. 
"Dinheiro nunca foi o que me mobilizou. Desde a época que eu era servente de pedreiro e fui líder de uma grande rede de fast food. O que me mobiliza é construir e na Laboratório Fantasma nunca foi diferente", destacou Evandro. Entretanto, com o sucesso da empresa, os problemas começaram a surgir. "O que eu percebi foi que, neste lugar da ascensão econômica, a gente não foi preparado para o que isso traria, no que a gente deveria mudar individualmente na nossa vida", opinou o empresário.
Transferências e perda de poder
Em novembro do ano passado, Emicida demonstrou o desejo de romper a parceria com o irmão, mas Fioti não queria o mesmo. No mês seguinte, os dois firmaram um acordo para dividir os bens. Contudo, Emicida teria se surpreendido com transferências feitas pelo irmão. "Ele foi avisado. Existe um e-mail dentro dos nossos e-mails institucionais e corporativos, existem evidências disso internamente, de que ele sabia", esclarece Evandro. Em vídeo divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, Emicida disse em uma reunião concordar com os saques feitos por Fióti. A defesa do cantor informou que a gravação foi tirada de contexto.
Em março deste ano, os advogados de Emicida informaram que o artista invalidava os poderes para que Fióti atuasse como procurador da empresa. "Houve uma intenção de (expulsão). O ataque foi muito desproporcional. Não é porque é só uma relação entre irmãos. Seria desproporcional em qualquer relação", disse Fióti, que revelou como a mãe se sente com a briga entre os irmãos. "Não tem como ela escolher um lado, mas ela tem a compreensão do que aconteceu...Ela confia em mim e no Leandro também". 
Por fim, o empresário comenta o desejo de que tudo seja resolvido. "Espero que amanhã, segunda-feira (7), a gente consiga, primeiro de tudo resolver isso dentro de casa, com os poderes reestabelecidos em uma sociedade que é 50% e 50%. Conosco conduzindo esta situação com ética, de boa-fé juntos, de profissionais de advocacia que respeitem o que é um patrimônio construído com suor, sangue, história e legado negro". 
Emicida se manifesta em nota

Emicida se manifestou sobre a briga judicial através de uma nota enviada ao "Fantástico". No comunicado, ele diz que foi surpreso pelo processo e reforça que "a Justiça já negou por duas vezes os pedidos feitos por Evandro nesse processo porque o juiz não viu fundamento. As alegadas provas que Evandro diz ter e que são espalhadas nas redes foram apresentadas nos autos, e nem assim a Justiça viu fundamento".
O artista ainda desabafou sobre a situação. "Estou muito triste de ter que passar por tudo isso. Não quero e não vou espetacularizar essa situação, minha família, que eu amo tanto. Peço que meus fãs, amigos e parceiros compreendam este momento difícil. Deixarei que os advogados tratem do assunto daqui para frente e torço para que nada disse precise continuar acontecendo".