Tony RamosGlobo / Débora Santiago
Rresumir um personagem com essa complexidade é complicado. A Rosane (Svartman, autora) foi criando a partir do capítulo 1 surpresas que o próprio elenco vai descobrindo. Ele é um homem apegado a essa família, ele adora os filhos. No primeiro casamento, ele teve filhos biológicos, só que ele vai se casar novamente, anos depois.
Como é o casamento com a Filipa?
Em seis meses ele conhece a Filipa, uma artista performática, eles se apaixonam e ela dá um gás na vida dele que ele jamais imaginaria. Nesse tempo, eles se conhecem e se casam.
Todo mundo que trabalha com você se impressiona com sua vitalidade e disposição. De onde vem tanta disposição após mais de 60 anos de carreira?
Vem de dentro de mim. Acho que é o prazer do trabalho. Desde a TV Tupi quando comecei com TV ao vivo, vem dos sonhos, que nunca abdiquei deles, vem das lembranças dos anos difíceis. Essa ressonância com meu nome foi fruto do trabalho. Eu nunca acreditei no sucesso, sabendo que ele está na minha cara, porém ele está ali e o fracasso também está do lado. Sempre acreditei no trabalho.
Vejo como reaprender também, porque, com eles, acreditem ou não, eu aprendo muita coisa, até o palavreado. Aprendo com o Juan (Paiva), aprendo com o Rafa (Vitti), nossos bastidores são maravilhosos com a Bel que faz a minha filha. Há um convívio de afeto. É difícil explicar, afeto não se explica, vai para a tela porque você sente. Gosto de um ambiente harmonioso, de um ambiente que falemos cada um o que sente, de um ambiente com muito ensaio. Tanto que chego, já pego os meninos e falo: 'Molecada, passar texto, vambora'. Eles amam. O Juan é um ator muito movido pelo trabalho, mas não se engane com o Rafa. Ele é muito engraçado, com um espírito muito solto, mas é de uma disciplina, ele sabe todo texto, estão sempre com tudo decorado. Não sou melhor que eles, sou mais vivido que eles. Tenho uma experiência maior, então troco com eles coisas que não sabia, fico ouvindo o palavreado, não que eu tenha que repetir, mas isso é um bálsamo novo.
E como é atuar com a pequena Elis Cabral, de apenas 7 anos, que faz a sua filha Sofia?
Onde você colocaria o Abel nas prateleiras dos seus personagens?
Complicado, são mais de 50 novelas, estou entrando agora com esse personagem Abel. O personagem de número 148 da minha vida, entre cinema, teatro e televisão. Não são 18, nem 14, mas ele está ali naquela prateleira ao lado de 'Terra e Paixão', por exemplo. Personagens a gente não elege o melhor... Claro que sei quais tiveram mais sucesso, eu não sou uma pessoa desantenada, mas às vezes aqueles que não tiveram tanto sucesso, tiveram o mesmo peso e importância na minha carreira.