Túlio se apaixona por Estela após salvar a enfermeira Fvabio Rocha/TVGlobo

Rio - Neto de Irene Ravache, Cadu Libonati é um dos destaques da novela "Êta Mundo Melhor!", da TV Globo. No folhetim de Walcyr Carrasco e Mauro Wilson, o ator de 31 anos interpreta Túlio, o médico abandonado no altar que entra na história ao salvar Estela (Larissa Manoela) e, aos poucos, se apaixona pela enfermeira. O artista, que caiu nas graças do público, fala sobre o triângulo amoroso vivido pelo personagem e demonstra torcida pelo final feliz do profissional da saúde. 
Na trama, Túlio resgatou Estela após ela cair em um lago ao tentar fugir de Ernesto (Eriberto Leão). "Eu sou apaixonado pela primeira cena de Túlio. A chegada de barco, instrumento de trabalho de sua família, pra mim, é simbólica. E acredito que estamos contando uma história de amor à primeira vista", afirma o ator. 
A relação entre o médico e a enfermeira ganhou força a cada capítulo, e os telespectadores acompanharam de perto a construção desse afeto. Para Cadu, a cena de dança que sela o primeiro beijo deles é marcada pelo trabalho por trás das câmeras, que transmitiu a delicadeza do momento. 
"A Larissa e eu estávamos em um batente de 25 cenas de estúdio, então, foi essencial essa parceria, para que os olhares estivessem vivos. A diretora Mayara Aguiar fez, como sempre, um trabalho sensível e impecável. A capacidade dela e da equipe de luz em fazerem a cena ser contada para além dos atores, faz com que tudo fique ainda mais bonito", analisa. 
A história ganha um novo ponto de tensão quando Estela recupera a memória e reencontra Celso (Rainer Cadete), formando um triângulo amoroso que mantém a personagem dividida. "Eu acho um barato, nada melhor para uma boa trama de casal. Túlio, com toda certeza, sente uma angústia, de saber que existe um amor entre os dois, mas também é um cara muito correto para tentar extrapolar qualquer intimidade que não lhe foi permitida", destaca Cadu. 
O passado do médico, marcado pelo trauma de ter sido abandonado no altar, também influencia na relação com Estela. "Ele claramente foi muito machucado e vê nela, no tempo que passaram juntos, uma chance de viver amando ou de morrer de amor logo de uma vez. Ele não nega seus desejos e tento dizer com os olhos esses desejos de Túlio", conta. 
Libonati celebra o carinho dos fãs e ressalta que, para a jovem, o médico representa a oportunidade de viver o amor que ela tanto deseja. "Eu fico feliz. Acho que 'química' nada mais é do que um bom trabalho. De todos envolvidos. Mas acredito que Estela vem sofrendo muito, e ele simboliza um respiro e a chance de ser a mulher que ela quer ser".
O reencontro com Elisete, que adotou o nome Tamires (Monique Alfradique) e virou dona do Dancing, trouxe uma reviravolta emocional para Túlio, que se encontra novamente diante das feridas do passado. Para construir esse momento, Cadu explica que buscou evidenciar um lado mais vulnerável do personagem.
"Eu venho trocando muito com Dadado [preparador] e achamos interessante colocar um pouco do homem da época. Apesar de Túlio não ser um homem clássico bruto dos anos 50, ele teve seu ego ferido. E sentia também que era uma cena onde seria legal conhecermos esse lado do Túlio, doído, machucado", relata. 
Memórias de Lô Borges
Cadu viveu um momento marcante em sua trajetória no teatro ao interpretar Lô Borges no musical "Clube da Esquina – Os sonhos não envelhecem", em 2022. A experiência ganhou uma nova dimensão após a morte do cantor e compositor mineiro, aos 73 anos, por falência múltipla dos órgãos, no dia 2 de novembro.
"Foi o maior presente da minha carreira até aqui. Lô, pra mim, foi a mistura de todas as referências que tive. Sem saber, eu e Lô tínhamos mais em comum do que se imagina. De 'Chaves' a 'Beatles'. Começamos a tocar instrumentos para se enturmar. Lô amava pessoas. Eu também amo", afirma. 
No palco, o ator assumiu a responsabilidade de dar vida a um dos nomes mais emblemáticos da MPB e relembra o contato direto com o parceiro musical de Milton Nascimento. "Conversei com Lô e tive a honra de ser convidado para cantar junto a ele. Acho que estar em Belo Horizonte abriu as portas para entendê-lo".
Com a comoção da partida do artista, Cadu reflete sobre sua convivência com ele, o processo de criação para o musical e o legado que Lô Borges deixa às novas gerações. "Ele já havia nos deixado alguns legados em vida. Mas convido a quem se interessar, pesquisar mais sobre esse rapaz mineiro, que só queria impressionar as meninas do bairro e acabou impressionando o mundo. O que ele deixa é a vontade de ouvir música nossa! Consumida e amada por nós! Viva, Lô Borges. Viva o Brasil", enaltece.