’Oi, Sumido’, de Dolly Alderton, aborda o ’ghosting’Divulgação

Rio - Relacionamentos são complicados. Sejam eles entre casais, amigos, pais e filhos, vizinhos, colegas de trabalho… A autora britânica Dolly Alderton, que assina a coluna Ask Dolly (Pergunte a Dolly, em tradução livre), no jornal The Sunday Times, se tornou uma expert no assunto e, depois de lançar o livro de memórias “Tudo que eu sei sobre o amor” (Ed. Intrínseca), Dolly agora se aventura na ficção com “Oi, Sumido”, romance que chegou ao Brasil pela Intrínseca em março deste ano.
“Oi, Sumido” narra a história de Nina Dean, uma mulher de 32 anos que, depois de terminar um longo namoro, está solteira há dois anos. Quando finalmente se vê pronta para namorar novamente, Nina resolve entrar em um aplicativo de namoro. Lá, ela conhece Max, um homem aparentemente perfeito, com quem ela tem muita química. Logo no primeiro encontro, Max chega a dizer que vai se casar com ela. Em pouco tempo, os dois se tornam um casal. O problema é que um belo dia, depois de dizer “eu te amo” pela primeira vez, Max simplesmente desaparece.

Nina faz inúmeras tentativas de entrar em contato com ele, mas nunca tem sucesso. Será que ele está doente? Foi preso? Sofreu um acidente? Está internado? Morreu? Depois de um tempo, não há mais como fugir da realidade: ela foi vítima de ghosting, que é o nome dado quando tudo está bem, mas uma das partes do casal - geralmente, o homem - simplesmente desaparece sem deixar rastros para não ter que terminar, deixando a outra pessoa completamente perdida e sem saber o que aconteceu.

A vítima, então, começa a duvidar de si mesma e a se questionar se tudo o que viveu com o então parceiro realmente aconteceu ou se ela fantasiou todo o romance, todo o entrosamento, a química, os momentos felizes. O que leva uma pessoa a sumir sem nem ao menos terminar o relacionamento?

Em “Oi, Sumido”, Dolly Alderton também fala sobre relações entre pais e filhos, amigos, ex-namorados… Nina tem amigas que estão em uma fase diferente da vida, que já se casaram e têm filhos, o que causa uma sensação de distanciamento entre elas, já que os assuntos que as interessam não são mais os mesmos.

Ela também tem amigas que estão exatamente na mesma fase que ela, procurando um amor, tentando formar uma família… Aos 32 anos, elas começam a se questionar: “Será que vai dar tempo?”.

O livro traz uma importante reflexão sobre as diferenças na passagem do tempo para homens e mulheres. Conforme vão ficando mais velhos, os homens continuam sendo considerados charmosos, maduros, seguros, sedutores. Com as mulheres isso não acontece.
A passagem do tempo para as mulheres é como um prazo de validade. E os homens grisalhos e maduros de 40, 50 anos que ainda estão solteiros geralmente não vão se relacionar com mulheres da mesma idade, mas sim com mulheres pelo menos uns 10, 20 anos mais jovens. Tá aí Leonardo Di Caprio que não nos deixa mentir, não é mesmo?
O leitor acompanha então a protagonista por vários momentos da "vida adulta": a busca por um relacionamento nessas espécies de "cardápios" que são os aplicativos de namoro, crescimento profissional, a dificuldade de enfrentar o envelhecimento dos pais... Mas tudo isso de forma leve e muito divertida!