Saiba tudo sobre o câncer de mamaDivulgação

Rio - O mês de outubro é marcado pela campanha de conscientização contra o câncer de mama, que é o tipo mais comum entre as mulheres. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre este ano e 2025 estima-se que surjam 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres. 
"O câncer é uma multiplicação desordenada das células da mama. Todos os dias nós temos células sendo formadas e temos células que vão acabar se desfazendo, vão acabar morrendo. Nesse processo de se criar uma nova célula e morrer, nós temos um erro, uma anormalidade genética, uma anormalidade na programação dessa célula, que faz com que esse novo tecido mamário tenha uma proliferação desordenada e ele pode invadir outros órgãos, causando doenças", explica o oncologista clínico Dr. Rômulo Leopoldo de Paula Costa, do Hospital São Luiz Morumbi.
Entre os principais sintomas da doença estão: "Nódulos palpáveis na mama, secreção ou sangue pelo mamilo, mudanças na forma ou na textura das mamas, mamilos invertidos, fadiga, perda de peso, inchaço nos gânglios axilares ou do pescoço", lista o médico, que cita os tipos de tratamentos do câncer. 
"Isso vai depender do estadiamento da doença, processo que pode determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa. Depois do diagnóstico, o paciente faz um estadiamento pra verificar o grau de acometimento desse paciente, desse tumor no organismo. E a partir daí, o oncologista, junto com o mastologista, programa o tratamento, que pode ser desde a cirurgia, até o tratamento quimioterápico, ou com radioterapia e hormonioterapia, a depender do estágio clínico da doença". 
O oncologista ainda cita a importância de realizar a mamografia, já que nem sempre os indícios da doença são perceptíveis no autoexame. "É possível se ter um tumor pequeno ou numa região onde o autoexame não consiga percebê-lo. Quando se tem um tumor mais central, que não está tendo a periferia das mamas, ou que seja muito pequeno, ele pode estar ali sem ser percebido por autoexame. Por isso é tão importante realizar a mamografia, principal exame de rastreamento da doença", ressalta o oncologista. 
Métodos de prevenção
Assim como o diagnóstico precoce, a prevenção da doença é de suma importância, já que há vários fatores relacionados ao desenvolvimento da doença. "A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco conhecidos e a promoção de práticas e comportamentos considerados protetores. Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em sua maioria, modificáveis; porém fatores como excesso de peso corporal, inatividade física, consumo de álcool e terapia de reposição hormonal, são, em princípio, passíveis de mudança", diz Dr. Rômulo.  
"Por meio da alimentação balanceada, nutrição, realização de atividade física e controle da gordura corporal, é possível reduzir o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Como medidas que podem contribuir para a prevenção primária da doença, estimula-se, portanto, praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, adotar uma alimentação mais saudável e evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcóolicas. Amamentar é também um fator protetor", completa. 
Saiba como fazer o autoexame
Em pé (pode ser durante o banho): Levante seu braço esquerdo e apoie-o sobre a cabeça. Com a mão direita esticada, examine a mama esquerda. Divida o seio em faixas e analise devagar cada uma dessas faixas. Use a polpa dos dedos e não as pontas ou unhas. Sinta a mama, faça movimentos circulares, de cima para baixo. Repita os movimentos na outra mama.

Deitada: Coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama direita. Sinta a mama com movimentos circulares, fazendo uma leve pressão. Apalpe a metade externa da mama (é mais consistente), depois apalpe as axilas. Inverta o procedimento para a mama esquerda.

Caso sinta algum nódulo ou mudança na textura ou tamanho, dr. Rômulo orienta a procura de um médico ginecologista. "Ele realizará o exame clínico de mama e poderá solicitar a mamografia e realizar os encaminhamentos necessários", explica.
Famosas que enfrentaram a doença 
Diagnosticada com câncer de mama em 2018, Ana Furtado está curada. No último dia 30, a apresentadora comemorou o fim de seu tratamento, com medicação oral, em suas redes sociais. "Acabou. Fiz questão de encerrar esse ciclo ao lado do meu amor, melhor amigo e grande parceiro. Último tamoxifeno! Acabou. Até nunca mais", escreveu ela, que lançou o livro "Até nunca mais: Como aceitei, resisti e superei um câncer", em que relata sua luta contra a doença. 
No ano passado, Ana Maria Braga também surpreendeu os fãs durante o "Mais Você", da TV Globo, ao relembrar o diagnóstico da doença. "É um depoimento muito importante para vocês. Tive vários tipos de câncer e tive um câncer de mama também. Por que não teve assim uma repercussão? Porque eu descobri pelo autoexame, tomando banho, senti com exame de toque. Você faz uma apalpação, você conhece o seu corpo. Quando eu toquei, senti um nódulo durinho que não estava ali um tempo atrás", contou Ana, que já enfrentou câncer no pulmão, em 2015 e 2020, de pele, em 1991, um tumor no reto e na virilha, em 2001. 
Outras famosas como Patricia Pillar, Arlete Salles e Elba Ramalho também já foram diagnosticadas com o câncer de mama.