A cantora Gina Garcia fala sobre a carreira. Ela é mãe de Daniel Garcia, a Gloria GrooveRODOLFO MAGALHAES

Nascida na Zona Leste de São Paulo, Gina Generoso Garcia cresceu em uma família ligada às artes. A mãe foi bailarina e trabalhou no circo. O pai, pianista, o avô era músico e a avó, poetisa. Começou na carreira de cantora aos 24 anos e teve uma linda trajetória como backing vocal de grandes artistas nacionais e internacionais, como: Gian & Giovani, Roberta Miranda, Salgadinho, Elza Soares e a banda Raça Negra, onde construiu uma história de 29 anos ao lado do grupo pagode.
Trabalhou em turnês da lenda Gloria Gaynor, a rainha da disco, uma das inspirações do filho Daniel Garcia, a Gloria Groove, um fenômeno do público que herdou a simpatia, o carisma e o talento da mãe.
Hoje, Gina segue em carreira solo e percorre o país com seu tributo em homenagem a Gal Costa, a turnê “Gina Canta Gal”, que na semana passada desembarcou no Rio de Janeiro.
Em um bate-papo muito descontraído, a artista fala sobre ser mãe solo, a relação e o orgulho pelo filho, a carreira e o segredo para ser uma mulher de sucesso. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse verdadeiro mulherão que é Gina Garcia? Confiram a entrevista completa.
Você sempre quis ser cantora?
Sim eu sempre quis ser cantora. Eu venho de uma família completamente musical, desde que eu era uma garotinha sempre foi assim. Comecei com cerca de 20 anos e tive muita sorte de trabalhar na noite de São Paulo com grandes cantores. Consegui ter um repertório bem eclético, grande e pude trabalhar em todos os níveis, estúdios, bandas. Depois segui como backing vocal de grandes artistas. Mas foi na pandemia que senti esse desejo de fazer o tributo para a Gal Costa. Foi quando resolvi me direcionar para a carreira solo para justamente conseguir focar nesse projeto.
Como você é com a família e os amigos?
Em casa eu sou super de boa, a gente é muito família mesmo. Gosto de conviver muito com a minha família, minha irmã e meus sobrinhos que são mais próximos da gente. Eles estão sempre comigo, na minha casa ou na deles. Também adoro receber meus amigos em casa. Acho muito importante cultivar os amigos, gosto muito disso. Isso faz muito parte de mim. Eu sou realmente muito de estar com a família e os amigos. De verdade.
O que ainda falta fazer na carreira?
Pretendo lançar meu trabalho solo. Vou lançar um trabalho de samba e já estamos começando a fazer. Acredito que todos vão gostar muito do que vem por aí. Temos composições muito bonitas, falando do samba e da música em geral. Além disso, temos um novo álbum que logo estará nas plataformas digitais.
Como é sua relação com o Daniel? Como foi a criação dele?
Minha relação com o Daniel sempre foi maravilhosa, graças a Deus. Eu sou uma mãe solo, né? Criei meu filho sozinha com a ajuda da minha família e não foi fácil. Tive que deixar ele ainda bebê com minha mãe, pois precisava trabalhar, eu já era backing vocal do Raça Negra. Foi uma criação em conjunto com minha família. Nossa relação de mãe e filho foi muito bem construída, com muita amizade. Mesmo à distância, a gente sempre teve essa amizade e parceria, graças a Deus. E isso se refletiu muito no artista que é a Gloria Groove hoje. Ele foi para a música cedo, aos 7 anos de idade. Tudo isso veio crescendo com ele, até ele chegar na Gloria. A gente sempre conversou muito sobre a vida e principalmente sobre a música. A gente respira isso. E o nascimento da Gloria não tem a ver comigo, mas com tudo que o Daniel assistia na época. Ele se inspirou no talent show RuPaul's Drag Race, um programa de performances que a gente assistia, muito famoso nos EUA. E ele começou a pensar em construir uma personagem feminina. Foi assim que a Gloria Groove apareceu. Tanto que eu fui comunicada depois que ele já tinha criado a Gloria. Eu não tive participação isso veio da essência dele.
Qual o segredo do sucesso como mãe, mulher e cantora?
O sucesso tanto na carreira, como mãe e como mulher tem que ter muito empenho em todos os âmbitos. Eu sempre quis ser mãe, desde menina. Demorei muito para ter o Dani, tive ele aos 32 anos. Passei 12 anos tentando ser mãe, desde o meu primeiro casamento. Ele foi um benção e isso para mim já foi uma vitória. Já sobre ter sucesso como mãe, isso você nunca descobre. Isso é pela vida, o papel de uma mãe nunca acaba. Quando seu filho cresce você consegue enxergar os traços do caráter e isso hoje tenho muito orgulho. O Dani já era uma criança muito incrível e se tornou um adulto muito incrível. Como mulher, temos lutas diárias. Eu lutei a vida toda. A gente é muito julgada no meio em que a gente vive. Eu precisava trabalhar sendo mãe solo e isso foi bem complicado. E na carreira, construir uma carreira não foi fácil. Consegui marcar meu nome no mercado, ter os profissionais me indicando. Foram muitos anos de construção e hoje eu me sinto respeitada, conhecida e gabaritada para vários trabalhos. O segredo do sucesso é ter muito amor e dedicação. E eu continuo fazendo isso 100%.
Pode deixar um recado para todas as mulheres?
Meu recado para todas as mulheres é que elas nunca desistam. Apesar de sermos taxadas como sexo frágil, nós não somos. A gente aguenta muitas coisas que muitos homens não aguentam. Quantas mulheres criam filhos e filhas sozinhas? Quantas são abandonadas pelo companheiro? Quantas ficam doentes e são abandonadas? São muitas. O maior amor da sua vida é você mesma! Tem que focar nisso para se fortalecer e enfrentar todas as lutas diárias. Então um viva para essas mulheres guerreiras e batalhadoras que somos.