Qual é a idade ideal para o congelamento de óvulos?Reprodução
Congelamento de óvulos: Paolla Oliveira, Cléo Pires e Mariana Ximenes são algumas das atrizes que já aderiram
Procedimento cresceu 64% no Brasil entre 2017 e 2020
Olá, meninas!
O congelamento de óvulos tem se tornado cada vez mais conhecido do público e até algumas famosas, como as atrizes Paolla Oliveira, Cléo Pires e Mariana Ximenes e a cantora Ivete Sangalo, já aderiram e falaram abertamente da decisão. O congelamento concede à mulher independência e autonomia para seu planejamento familiar e tira de suas costas a luta contra o relógio biológico.
Mas qual é a idade ideal para o congelamento de óvulos? As mulheres nascem com uma quantidade específica de óvulos – cerca de 2 milhões – e com o passar dos anos, esse número vai diminuindo assim como sua qualidade. Os especialistas em reprodução humana aconselham o congelamento de óvulos entre 30 a 37 anos para conservar as células mantendo as suas condições fisiológicas para uso futuro, além de preservar a autonomia reprodutiva.
“As mulheres que querem ser mães devem fazer um planejamento familiar e reprodutivo e repensar sua trajetória a partir dos 30 anos. Nesse caso, é preciso avaliar a sua reserva ovariana e verificar se seria ou não o caso de congelar óvulos. Esta é uma questão de interesse fundamental para as mulheres hoje, quando a formação das famílias está claramente postergada e o relógio biológico feminino não para”, afirma a especialista em reprodução humana e diretora da Fertipraxis, a Dra. Maria do Carmo.
Dados da Rede Latino-americana de Reprodução Assistida (REDLARA) – que tem no Registro Latino-Americano o compilado de pelo menos 200 centros de reprodução em 16 países – mostram que entre os anos de 2017 e 2020 houve um crescimento de congelamento de óvulos no Brasil na ordem de 64%.
“Apenas as regiões Andinas e Caribes apresentaram uma redução de 5% nos procedimentos de criopreservação relatados em relação ao ano de 2017, seguramente impactados não só pela pandemia como também por algumas questões econômicas mais graves como especialmente o caso da Venezuela”, explica a Dra. Maria do Carmo.
Segundo a especialista, nitidamente hoje, há uma procura maior da criopreservação entre mulheres de 30 e 37 anos. “Quadro mais acentuado a partir de 2019, mesmo e, provavelmente também, a partir da pandemia, que ressaltou nos períodos difíceis e de confinamento, a importância de se priorizar esta preservação para um momento futuro”, complementa.
“Mulheres após os 37 anos também podem congelar e buscam esta ajuda. No entanto, os resultados da fertilização de óvulos congelados após os 40 anos já apresentam o comprometimento do tempo de existência dos mesmos. Mesmo assim, por vezes, é melhor ter alguma perspectiva do que nenhuma ou uma extremamente mais remota”, destaca ela.
O congelamento é feito por clínicas de reprodução assistida que são anualmente fiscalizadas pela Anvisa a fim de observar a excelência do procedimento e se há o cumprimento para a preservação do material biológico congelado.
Como é o congelamento passo a passo
O primeiro passo é a estimulação do ovário com medicações hormonais, injeções subcutâneas diárias por 2 semanas. Em seguida, são feitas entre 3 e 6 ultrassonografias de acompanhamento e ajustes necessários nas doses. Uma vez que os folículos estejam nos tamanhos adequados, acontece o próximo passo que é o amadurecimento dos óvulos. Cerca de 36h depois, é feita a coleta dos óvulos via transvaginal com sedação leve em um procedimento que dura cerca de 30 minutos.
O resultado da fertilização com o óvulo congelado depende de diversos fatores, por isso ter óvulos congelados não é garantia de gravidez e sim uma possibilidade, visto que é preservada a idade morfológica na hora do congelamento. “É preciso levar em consideração que 50% da fertilização dependerá da história do espermatozoide, mas é um passo muito importante para a mulher não ter uma pressão biológica do tempo correndo contra ela”, ressalta a Dra. Maria do Carmo.
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