Sharon Azulay, diretora do grupo BlueMan, conta sua história de superaçãoDivulgação

Empreendedora, esportista, super mãe, esposa e mentora de mulheres, a empresária Sharon Azulay, diretora do grupo BlueMan, inspira através da sua história de reinvenções e superações. Para ela, as batalhas travadas ainda na infância a fizeram fazer as pazes com as mulheres da sua vida e a impulsionaram a trilhar seu próprio caminho.
A empresária cresceu sem a presença da mãe, viciada em drogas. Quando perdeu o pai, aos 17 anos, ganhou como herança a BlueMan, uma das marcas de biquínis mais festejada do Rio. No começo, rejeitou o negócio, mas o apelo apaixonado dos funcionários a fez mudar de ideia. Com a confiança que o trabalho lhe trouxe, perdeu o medo de repetir a história que viveu na infância, construiu família e ressignificou sua trajetória.
Como única herdeira do patrimônio de David Azulay, com apenas 19 anos e sem a pretensão de seguir à frente dos negócios do pai, Sharon assume a direção da marca e confirma para si e para todos que a veia criativa e empreendedora está no seu DNA. Hoje, com 32 anos e dois filhos, Sharon expandiu a marca herdada pelo sonho de seu pai. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse verdadeiro mulherão?
Quais sãos os maiores desafios para uma mulher no mundo dos negócios?
O principal desafio é ultrapassar essa barreira de que “a mulher é sensível”, “a mulher não é capaz”, “a mulher é emotiva e não é capaz”, “a mulher não sabe fazer contas”, e por aí vai. Esses padrões de comportamentos femininos que tornam a mulher incapaz são ultrapassados. Dizer que a mulher não dá conta porque as prioridades são outras, isso está errado. As mulheres são incríveis, são multitarefas. A nossa capacidade de conseguir fazer diversas coisas ao mesmo tempo vem sendo cada vez mais explorada no mundo dos negócios. A mulher consegue sim ser mãe, cuidar da família, se cuidar, se amar, trabalhar fora, ter sucesso na carreira, empreender. Então o maior desafio é romper essa barreira do preconceito. Nada é limitador. Ser mãe, para mim, foi o meu maior sucesso, algo intangível. Eu me sinto realizada como mãe, esposa e como empresária também, já que não precisei abrir mão de nenhuma função. O sucesso é ter meu tempo de qualidade comigo, acordar cedo, malhar, me cuidar como mulher, ter tempo com meus filhos e saber que existe esse ponto de equilíbrio. É saber trabalhar, fazer negócios, estar com a família, sem ser negligente e conciliar as coisas. Esse é o segredo do sucesso, equilíbrio entre todas as áreas sem abrir mão de nenhuma delas.
Como é ser mãe, esposa e ainda administrar a vida de executiva?
Eu acho isso maravilhoso. Eu não faço disso um fardo. Amo todas as minhas versões. Amo a Sharon que malha, se cuida, que tem uma alimentação saudável, eu amo minha versão mãe. Quando me perguntam “Como assim você quer ter o terceiro filho?”, eu respondo “Quero sim, isso é muito bom!”. Toda quinta é o dia em que não importa o que aconteça, estou com meus filhos. Eu e meu marido pegamos eles na escola e fazemos o pós-escola com um lazer, ir tomar um sorvete, essas coisas. Eu também amo trabalhar e produzir. Odiaria ser só uma dessas coisas e me limitar. O conjunto de tudo isso me torna quem eu sou.
Como é o seu dia a dia com família?
Busco sempre o equilíbrio e tenho um marido que me ajuda muito. Por exemplo, quando eu viajo ele pega na escola, leva ao ballet, se organiza para dar mais atenção às crianças. Sabe aquela frase que “Por trás de um grande homem sempre tem uma grande mulher”? Eu sinto que aqui em casa também temos o “Por trás de uma grande mulher sempre tem um grande homem”. Temos uma troca e isso é fundamental.
Qual o seu recado para as mulheres que buscam empreender e correr atrás de um sonho?
Meu recado é: corra atrás! Sabe aquela frase “Treine até se tornar”? Não é só sobre independência financeira, não é só sobre o empreender. Vai muito além. Quando você tem a sua independência e o seu poder de escolha, você alcança um lugar que é muito nobre. A mulher é muita coisa para ter que ficar pedindo dinheiro para outro para fazer a unha. Existe uma vida muito além. No passado as mulheres se conformavam com a ocupação de dona de casa, uma boa esposa. Mas cada vez mais, ser só isso não basta. Um dia essa conta chega. A gente cria outras mulheres, nós como mães de meninas principalmente, a gente ensina outros valores. E essas meninas querem admirar as mães pelo que elas são. Essa conta de abrir mão da vida profissional tem um peso muito grande e um dia ela chega. Então, não deixe de lado essa função. Claro que criar filhos não é fácil. Mas não deixe de lado a sua independência e não deixe de construir algo que ninguém vai tirar de você.