Ternura: Márcia Storani e o filho. Pedro partiu cedo, aos 22 anosFotos de Reprodução

Neste domingo, Dia das Mães, vamos contar uma história de amor que é uma grande inspiração. O exemplo da força de uma mãe que transformou o luto em uma ferramenta para transformar outras vidas. A Márcia Storani ressignificou a dor da perda do filho e escolheu fazer da sua trajetória um símbolo para prestar solidariedade e multiplicar o amor.
Márcia Storani começou a enfrentar as batalhas com o filho logo após o nascimento do menino. Pedro nasceu com problemas no coração e precisou de acompanhamento médico desde bebê. Aos 19 anos, o rapaz apresentou sintomas graves e foi diagnosticado com trombose na válvula aórtica, passou por uma cirurgia no coração, teve complicações e faleceu aos 22 anos.
Apaixonado por música, Pedro tocava bateria, estudava e mesmo com o problema cardíaco, tinha uma vida alegre e cheia de sonhos, assim como todos os garotos nessa idade. Leve, bem humorado, sempre buscava o lado bom de cada pessoa. Querido e amado pelos amigos e pela família, o menino se destacava pelo respeito que tinha pelas pessoas e pelo olhar diferenciado para cada obstáculo e aprendizado.
“A minha força para sair do luto veio do próprio Pedro e da minha fé. Ele era um menino que nunca estava triste, estava sempre feliz e alegre. A palavra da vida do meu filho era sempre a alegria, em qualquer lugar que chegava. Então, decidimos que ele não ia ficar feliz com nosso sofrimento. Fomos ao fundo do poço quando ele partiu, mas descobrimos no amor a alavanca para sair do luto. Se eu aprendi alguma coisa com o Pedro, posso dizer que eu aprendi a amar”, lembra Márcia.
Mesmo muito jovem, Pedro espalhava o amor e tinha o sonho de levar cultura e esperança através da música para todas as pessoas. Após sua morte, juntos, a família Storani transformou essa vontade e plantou uma semente do bem: eles criaram o Centro Cultural Pedro Storani, que oferece música e dança, de forma gratuita, para crianças de comunidades do Rio de Janeiro.
“O CCPS é um projeto de amor pelo Pedro para toda a sociedade. Meu filho amava as pessoas sem discriminação, ele amava a vida. Hoje, nós tentamos fazer um pouco do que ele fez pelas pessoas. Vamos continuar espalhando esse amor”, explica Márcia Storani.
E nesse som lindo do coração do Pedro, que através das suas ações que ainda ecoam, sua mãe segue firme, representando tantas outras que continuaram mesmo com luta e dor.
O livro e a história do astronauta
A história de Pedro Storani serviu de inspiração para a criação de um livro infantil. A publicação 'Tum, Tum', escrita por Betty Carakushansky Wainstock, com ilustrações de Marcos Diniz. A obra conta a história do menino de forma lúdica. Um jovem músico que tocava bateria e tinha o sonho de multiplicar sua alegria por todo o universo. Queria ser astronauta e viajar, fazendo shows em vários planetas para aquecer os corações das pessoas. E assim ele voou para o céu cheio de sonhos, planos e inspiração. O livro tem o objetivo de auxiliar crianças com o luto e a perda.
“A verdade é que, sozinhos, dificilmente chegamos aonde queremos. Quando temos outros para auxiliar o nosso percurso, tudo fica mais fácil. As dificuldades são aliviadas pelo amor e pela reciprocidade daqueles que voam mais próximos de nós. É da natureza humana voar em bando.” A frase é do próprio Pedro.
Beleza da Alma
“Achamos que somos apenas o que vemos, mas somos muito mais que isso, muito mais” (Pedro Storani)