Hábito que teve origem no Oriente Médio vira trend nas redes sociaisReprodução/internet
A proposta não é exatamente nova. No Oriente Médio, essa prática faz parte da cultura há séculos. Misturar óleos e essências faz parte do ritual de se perfumar, como quem compõe uma poesia invisível, sentida antes mesmo de ser notada. Mas saindo do Oriente e vindo para cá, principalmente se analisarmos as redes sociais, essa arte de sobrepor fragrâncias ganhou nova roupagem. Só no TikTok, a hashtag #perfumelayering já reúne dezenas de milhares de vídeos com tutoriais de combinações criativas: um toque doce aqui, uma nota amadeirada ali — tudo para alcançar a mistura perfeita.
O mais interessante é que essa onda vem acompanhada de algo mais profundo: a reconexão com nossa individualidade. Em vez de buscar o “perfume da moda” ou aquele cheiro que todo mundo reconhece, a mulher contemporânea quer algo que fale sobre ela. Que cheire a memórias, a desejos, a fases da vida. Que seja, literalmente, sua marca registrada. Afinal, por que deveríamos cheirar como outra pessoa se podemos compor nossa própria fragrância como quem escreve um diário em notas olfativas?
Marcas brasileiras estão embarcando nessa onda, sugerindo duplas e trios de perfumes de seus próprios catálogos que "conversam" bem entre si. Porém o mais interessante é que não há certo ou errado. É no teste, na brincadeira e na intuição que surgem as combinações mais surpreendentes. E não deixa de ser simbólico: estamos falando de liberdade, de experimentação, de autenticidade.
Em um mundo que tantas vezes espera da mulher um comportamento padronizado, cheiro também é forma de rebeldia. É dizer “eu sou isso aqui” sem precisar falar. O perfume que você cria para si é uma extensão da sua história, do seu humor, da sua alma. Que tal experimentar?
Você já tentou criar a sua própria combinação?
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