OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha Elton Alves/Divulgação

Duque de Caxias - A OABDC (Duque de Caxias) realizou, por meio da Comissão da Igualdade Racial, um evento em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, com o tema "Mulheres Negras e o Futuro: Desafios e Oportunidades para uma Sociedade Mais Igualitária e Inclusiva". O evento contou com a participação de palestrantes renomadas na área jurídica, social e cultural, que abordaram temas como adoção, políticas públicas, psicologia, justiça e arte.
OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha  - Elton Alves/Divulgação
OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha Elton Alves/Divulgação


A mesa de palestrantes foi composta por Angela Borges Kimbangu, advogada com larga experiência em processos de adoção nacional e internacional e presidente da Associação da Advocacia Preta Carioca - UMOJA; Eliane Pereira, advogada e gestora pública; e Tatiana Oliveira Moreira, psicóloga, escritora e mestre em políticas públicas e formação humana. As palestrantes compartilharam suas trajetórias profissionais e pessoais, destacando os desafios enfrentados pelas mulheres negras na sociedade brasileira e as oportunidades de transformação social por meio da educação, da cultura e do direito.
OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha  - Elton Alves/Divulgação
OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha Elton Alves/Divulgação


Após as palestras, houve uma intervenção artística da artista pesquisadora Luciana Nabuco, que apresentou uma performance sobre a memória do feminino e as matrizes afro-indígenas. Em seguida, foi realizada uma homenagem a Tereza de Benguela, líder quilombola que resistiu à escravidão no século XVIII. A homenagem contou com a presença de quatro mulheres negras que se destacam em suas áreas de atuação: Dra Ivone Caetano, desembargadora aposentada e diretora da Diretoria da Igualdade Racial da OABRJ; Doné Conceição d'Lissá, sacerdotisa do Kwê Cejá Gbé, psicóloga e conselheira municipal de cultura de Duque de Caxias; Thuane Nascimento (Thux), estudante de direito da UFRJ, diretora executiva do PerifaConnection e integrante da Coalizão Negra por Direitos; e Jéssica Castro, pedagoga, arte-educadora e performer.

O evento foi encerrado com uma sessão de venda de livros e autógrafos, além de um coffee break com expositores de artesanato e bijuterias. O evento foi um sucesso de público e de crítica, demonstrando a importância de valorizar as mulheres negras latino americanas e caribenhas em suas diversas expressões.
OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha  - Elton Alves/Divulgação
OABDC celebrou o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha Elton Alves/Divulgação


A Dra Silvia Campos Paulino, primeira secretária da Comissão de Igualdade Racial da OABDC, declarou:
"O evento em homenagem a mulher negra latino-americana e Caribenha, bem como a reverência à Tereza de Benguela através da premiação que promovemos são iniciativas de extrema relevância em um município como Duque de Caxias que não só possui uma população majoritariamente negra, mas sobretudo, feminina, o que destaca a importância de exaltarmos a força e a potencialidade de nós mulheres negras nesta região."

Além disso, nesta data foi aceito o pedido protocolizado pela Dra Angela Borges Kimbangu em nome da Associação Advocacia Preta Carioca para a instalação de uma parede em homenagem à advocacia negra duque caxiense na sede da OABDC. O pedido foi acolhido pelo presidente da OABDC Dr Wagner Botelho, demonstrando comprometimento com a pauta do reconhecimento da advocacia negra. A parede será inaugurada em breve com fotos e biografias de advogadas e advogados negros que atuaram no município.
Para a presidente da Comissão da Igualdade, Mariza Sales, receber a primeira Desembargadora negra Dra Ivone Caetano, "Primeira mulher negra a se tornar juíza do Tribunal de Justiça do Rio, e primeira desembargadora negra do estado, a segunda a ocupar o cargo no Brasil, homenageá-la me traz a escrevivência de Conceição Evaristo que fala da importância de ser a primeira, mas principalmente o como é fundamental abrir caminhos para todas nós, e homenageá-la junto às jovens mulheres ativistas significa que estamos olhando para quem veio antes e aprender com elas, para produzir um futuro melhor".
Segundo estudo feito pelo CNJ, dos mais de 11 mil magistrados apenas 11,2%(365) são mulheres negras como juízas titulares e 12,1% de desembargadoras (45).