Por felipe.martins

Rio - A contenção de gastos públicos voltou a ser usada pelo governo interino em defesa da reforma da Previdência. Nesta sexta-feira o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que a proposta discutida com as centrais sindicais será “consistente com o esforço fiscal que está sendo feito no país”.

Meirelles citou como exemplo do esforço as medidas enviadas ao Congresso e que impõem um teto para o aumento dos gastos públicos por até 20 anos. Se aprovada, o limite começa a valer em 2017 e impedirá que as despesas cresçam, em um ano, acima da inflação registrada no ano anterior.

Meirelles diz que governo não terá dificuldade em aprovar a reforma Agência Brasil

Em entrevista à rádio CBN, Meirelles disse que o grupo formado por representantes do governo e das centrais deve apresentar a proposta de reforma “nas próximas semanas”, mas não entrou em detalhes. Na próxima quinta-feira haverá reunião entre sindicalistas e o governo. A previsão é de que a Previdência feche 2016 com um déficit de R$136 bilhões.

DIVERGÊNCIA

Ponto de divergência entre o que pretende a União e o que defendem os sindicalistas, a adoção de idade mínima de 65 anos e a regra de transição para as mudanças, foi defendida pelo ministro. Em maio, ao falar sobre a reforma, Meirelles defendeu a criação de regra estabelecendo idade mínima para aposentadoria pelo INSS. Na ocasião, ele alegou que a medida é fundamental para garantir o financiamento da Previdência.

Questionado se o governo terá condições de aprovar as propostas para contenção de gastos no Congresso Nacional, num momento de instabilidade política ampliada após as denúncias que atingiram o governo do presidente interino Michel Temer, com a queda de três ministros, Meirelles disse acreditar que o governo terá condições de trabalhar normalmente.Ele acredita que haverá condições de continuar trabalhando normalmente. “Alguma substituição de ministros, por serem objeto de denuncias, alegações, não tem alterado nosso trabalho”, garantiu o ministro.

Centrais reclamam

Os presidentes da Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) reagiram ontem com “estranheza” às declarações do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que defendeu a terceirização de mão de obra.

“Causou-nos estranheza as declarações do ministro. Não vamos permitir qualquer mudança na legislação trabalhista que retire direitos dos trabalhadores. E qualquer ação de alteração, neste momento, sofrerá uma forte reação do movimento sindical”, afirmou, em nota, Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.

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