Por felipe.martins

Rio - Centrais sindicais vão propor uma nova Previdência na próxima rodada de negociação com o governo para tratar da reforma. Fariam parte dela os trabalhadores nascidos a partir de 2001. As empresas contribuiriam com seu percentual para o antigo regime previdenciário e os novos trabalhadores para um fundo que financiaria sua aposentadoria, informa o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente licenciado da Força Sindical. 

“A ideia é que as contribuições dos novos trabalhadores sejam repartidas: a parte das empresas iria para o INSS e a parcela descontada dos trabalhadores seria depositada em um fundo criado para isso”, afirma.

Ainda segundo ele, o sistema que também é público como o atual, seria gerido por bancos públicos. A proposta, segundo ele, não deve encontrar resistência dentro do governo interino de Michel Temer. “Precisamos criar um sistema que se sustente”, diz.

Paulinho da Força: “temos que tornar a Previdência sustentável”João Laet (30.7.2010) | Divulgação / EBC

No fim de junho, na última reunião com a equipe do presidente interino, UGT e Força se posicionaram contrariamente às ideias iniciais da reforma. O governo quer definir idade mínima para a aposentadoria — 65 anos para homens e 63 ou 64 anos para mulheres. A mudança valeria para todos os trabalhadores da ativa, e não somente para os que ingressarem depois da mudança.

Segundo as centrais, mesmo que suas propostas sejam aceitas, ainda haveria um rombo de cerca de R$ 50 bilhões. O governo chegou a sinalizar que a proposta seria finalizada em agosto, mas Temer preferiu esperar até a conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Se não houver acordo, as centrais ameaçam barrar a reforma no Congresso.

Como é feito o recolhimento hoje

A contribuição do trabalhador à Previdência Social pode ser feita de duas maneiras: recolhimento direto feito no caso de trabalho com carteira assinada e pagamento de guias. </MC>O desconto varia de acordo com a remuneração. Para salários de até R$ 1.556,94, o percentual é de 8%; para salários de R$ 1.556,95 a R$ 2.594,92, a alíquota é 9%. Para salários de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82, o desconto é de 11%.

Já contribuintes devem fazer seu recolhimento por meio do pagamento de carnê, com valores equivalentes a 20% do salário. A contribuição varia entre R$ 176 (20% do salário mínimo vigente, de R$ 880) e R$ 1.037,96 (20% do teto de R$ 5.189,82). Caso ele trabalhe por conta própria e receba até um salário mínimo, a alíquota é de 11%.

Você pode gostar