Rio - Você já esqueceu o seu celular em casa algum dia? O que faz, se atrasa e volta para buscá-lo? Ou fica sem ele e com a sensação de que está faltando parte de você? Pois bem, vivemos hoje conectados o tempo todo e o celular é a principal forma de comunicação. Já vai longe o tempo em que era usado só para ligações.
Vivemos permanentemente em rede, interligados com todas as formas de trocas tecnológicas possíveis. O celular serve para falar, trocar e-mails, fotografar, filmar, enviar e receber mensagens, ver filmes, assistir TV, ver mapas e trajetos, achar endereços, para previsão do tempo, namorar virtualmente e fazer negócios.
Por isso, mais uma vez, o bloqueio do aplicativo WhatsApp na terça-feira nos trouxe reflexão sobre o poder que as redes socais têm de interferir em nossas vidas. Não me cabe discutir aspectos jurídicos e tecnológicos, mas é senso comum que quaisquer que sejam os motivos, não parece ser justo que milhões de usuários sejam prejudicados. A situação lembra a velha piada do pai que flagrou a filha trocando carícias com o namorado no sofá da sala e, como solução da questão, resolve vender o sofá, deixando toda a família sem ter onde sentar.
Certamente o WhatsApp pode ser usado para o mal, mas, principalmente, é usado por pessoas do bem. Por ser gratuito, se tornou ferramenta de negócios para empresas, profissionais liberais e prestadores de serviços, sobretudo pessoas físicas. Serve para que se estabeleça comunicação segura com empregados, fornecedores e principalmente clientes. Muita gente perdeu dinheiro, deixando de fechar transações durante o período de bloqueio.
É perfeitamente compreensível que a investigação policial se utilize de ferramentas tecnológicas, o que não dá para entender é como a decisão de bloquear o aplicativo mais importante pode ser feita de uma hora para outra, sem aviso prévio, impondo aos usuários a privação do serviço. Parece que falta regra maior para disciplinar o assunto e enquanto a polêmica não é resolvida, todos perdem com a interrupção do serviço e os bandidos continuam soltos.