Brasília - Foi realizada nesta sexta-feira a assembleia geral extraordinária da telefonia Oi que ratificou o pedido de recuperação judicial da empresa. A reunião foi marcada pela discussão entre os acionistas e seus representantes. A advogada Maria Cristina Cescon, representante da Pharol, uma das gestoras, acusou o empresário Nelson Tanure, integrante do comitê de investimentos da gestora Bridge, de fazer uma manobra contra sua representada.
Tanure é detentor de 6,63% das ações da Oi, por meio da Bridge. Nos bastidores da assembleia houve comentários de que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apura o uso de informações privilegiadas em recente aquisição acionária da telefônica.
O advogado João Mendes, representante da Bridge, alegou que a Oi é a maior acionista da Pharol e a Pharol da Oi, o que representaria participação recíproca. “Discordo plenamente”, afirmou a advogada representante da Pharol. “Todos deveriam votar no interesse da companhia. Isso é uma manobra, não há participação recíproca”, disse Maria Cristina Cescon.
Tanure defende a troca dos representantes indicados pela portuguesa Pharol no Conselho de Administração da concessionária. Isso, no entanto, teria que passar por aprovação da Anatel, de acordo com decisão desta quinta-feira da Justiça do Rio de Janeiro. E ainda dependeria de alteração no estatuto social da empresa.
Praticamente todos os acionistas na assembleia da Oi ratificaram o pedido de recuperação judicial, chegando a 99,05%.
Também foi discutida e aprovada por ampla maioria a autorização para que a administração da companhia tome providências e pratique os atos necessários com relação ao plano de recuperação judicial.