Segundo fontes, a negociação gira em torno da suspensão temporária do pagamento do serviço da dívida do estado com o governo federal. Em três anos, esse débito totaliza mais de R$14 bilhões.
O acordo está sendo elaborado às pressas — ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reuniu com o governo do Rio — por conta das duas liminares concedidas na semana passada pela presidente do Supremo em favor do governo do Rio: ela impediu o bloqueio das contas estaduais pela União.
E a audiência de amanhã no STF, em que será apresentado o projeto de recuperação fiscal, já havia sido agendada pela ministra Cármen Lúcia, o que acabou ‘forçando’ uma negociação mais ágil entre estado e União.
Com as decisões favoráveis ao governo do Rio, a União passou a temer uma enxurrada de ações de outros entes que dessem brecha ao não pagamento de dívida com o governo federal.Na última quarta-feira, inclusive, antes de conceder a segunda liminar favorável ao Rio na mesma semana, Cármen Lúcia recebeu visita de Meirelles para tratar também sobre o tema.
Por isso, para evitar insegurança jurídica e possíveis ações da mesma natureza por outros estados, a presidente do Supremo determinou que houvesse um acordo entre o Rio e a União. Já o mérito da ação ainda terá de passar pelo aval do relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski.
E parece que a ‘jogada política’ da ministra Cármen Lúcia fez efeito. Ontem, Meirelles declarou que a recuperação fiscal será um projeto que salvará as contas do Rio.
“Será um plano que vai de fato resolver a situação do Rio. É um plano de recuperação fiscal que equaciona todo o déficit fiscal do estado para o ano de 2017 e os anos seguintes. Esperamos dar um passo importante na resolução dessa situação dramática em que vive o Rio”, afirmou o ministro da Fazenda, após o encontro de ontem com o governador Luiz Fernando Pezão; o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa; o procurador-geral do estado, Leonardo Espíndola, e outros membros do governo.