Rio - Pressionada pelo Palácio do Planalto, insatisfeita por ter sido derrotada na terça-feira, a base aliada do governo Temer na Câmara conseguiu aprovar ontem novo requerimento de urgência para a tramitação da Reforma Trabalhista. Embora aliados afirmem que manterão a votação do texto na comissão especial na próxima semana, o que foi aprovado abre brecha para que a análise ocorra diretamente no plenário.
Na terça, o requerimento teve o apoio de 230 deputados, 163 votaram contra e um se absteve. A proposta precisava de 257 votos. Ontem foram 287 a favor e 144 contra.
Inconformados com a derrota inicial, líderes aliados articularam o dia todo para garantir com que os deputados governistas dessem os votos necessários. A oposição reagiu com protestos e chegou a ocupar a mesa diretora para impedir a votação.
O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi comparado a seu antecessor, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que costumava repetir votações quando os projetos de seu interesse eram derrotados até que houvesse vitória de seu grupo em plenário. Cartazes foram erguidos por opositores no plenário com os dizeres: “Cunha de novo não” e “Método Cunha não”.