Rio - Os servidores do Município do Rio correm risco de vivenciar a mesma crise que atormenta o funcionalismo estadual. Ontem, o prefeito Marcelo Crivella afirmou que a prefeitura pode não ter como pagar a folha salarial já a partir de setembro. “Segundo o Tesouro, em setembro já não há mais caixa para pagar os salários”, revelou Crivella. Ele disse ainda que a garantia de pagamento viria da renegociação da dívida que o Rio tem com a Caixa e o BNDES, que financiaram empréstimo para as Olimpíadas.
Segundo Crivella, o Rio tem que pagar cerca de R$ 1 bilhão no ano às instituições. Só com o BNDES, o estoque da dívida é de R$5,2 bilhões e devem ter encargos e amortizações para até 2033, informou ontem a Secretaria Municipal de Fazenda ao DIA. Agora, a prefeitura tenta alongar esse débito e aumentar o número de parcelas. À Caixa, o município deve cerca de R$1,7 bilhão.
A Fazenda informou ainda que a dívida de cerca de R$ 5,2 bilhões que o município fez com o BNDES foi para pagar obras de mobilidade urbana. “As parcelas mensais possuem valores variáveis e, neste momento, a prefeitura trata com o credor o aumento do prazo de carência, bem como o alongamento da data prevista para a quitação da dívida”, explicou a pasta.
O prefeito apontou os gastos excessivos feitos pela administração passada, de Eduardo Paes, com obras para a Rio 2016, como a causa do colapso dos cofres. Paes argumentou que quando assumiu a prefeitura, em 2009, a dívida do Rio era no de R$ 16 bi. E que a deste ano é era R$ 13 bilhões.
“A prefeitura está vivendo uma crise que nunca viveu nos últimos 30 anos, em decorrência de uma administração temerária e muitas obras e também de queda de arrecadação por conta da crise do estado”, afirmou Crivella, após visita a uma Clínica da Família, na Zona Oeste.