Por thiago.antunes

Rio - Uma das maiores empresas de geração de energia do país, Furnas anunciou esta semana o fim da fase de testes de planta experimental para a produção a partir de resíduos sólidos urbanos. É mais uma inovação que resolve, simultaneamente, dois dos maiores problemas das grandes cidades: destinação de lixo e acesso a fontes seguras de geração de energia.

Não se trata de fonte 100% limpa. Na verdade, os testes serviram justamente para avaliar os níveis de emissões. O que a empresa informou ao mercado é que a tecnologia usada, totalmente desenvolvida no Brasil, tem emissões compatíveis com o que é considerado aceitável na União Europeia, onde os padrões são os mais rigorosos.

Além disso, foi dimensionada para atender cidades com cerca de 40 mil habitantes, mas poderá facilmente se integrar a regiões mais densas. É modelagem que atende bairros planejados, ou mesmo grandes cidades, como forma de diversificar a matriz.

Iniciativas como essa podem fazer toda a diferença para o Brasil, que tem concentrações urbanas em áreas remotas e precisa de soluções tanto para a questão do lixo quanto para a energia. No passado, projetos do tipo deram origem ao etanol, aos carros flex, enfim, a soluções que tiveram papel estratégico no desenvolvimento do país.

Apesar da crise econômica, existem recursos para levar adiante projetos como esse. A primeira planta de geração com a nova tecnologia será construída com verbas do programa de pesquisa e desenvolvimento da Aneel, financiado por uma parcela embutida em todas as contas de energia do país. A ideia é que saia do papel ainda este ano, em Minas Gerais, com capacidade para 1MW e já integrada à rede de distribuição.

Sérgio Malta é presidente do Conselho de Energia da Firjan

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