Rio - Um levantamento publicado pelo site de notícias G1 mostra que os belos aparelhos smartphones Galaxy S8 e S8+ são mais caros aqui no Brasil do que em qualquer outro país do mundo. A pesquisa diz que os aparelhos, que começam a chegar ao nosso mercado esta semana, custam R$ 4 mil e R$ 4.400, respectivamente. Na média mundial, seu preço está cerca de 40% acima do que é encontrado lá fora.
Não é que seja novidade esse tipo de aberração e disparidade nos preços, porque somos mesmo um país rico e de gente muito novidadeira. Além do mais, adoramos celulares novos.
Temos mais aparelhos do que habitantes. Mas o fato é: até quando precisaremos pagar tão caro por dispositivos de primeira necessidade? Ou são indispensáveis para o trabalho, ou são tremendamente úteis para a vida pessoal. Mas, peraí... R$ 4 mil?? Ah, mas o aparelho é maravilhoso. Concordo plenamente. Mas... R$ 4 mil??
Uma boa desculpa para esses preços destrambelhados é o chamado Custo Brasil, consequência cruel de uma série de impostos e entraves à indústria nacional. Terrível. E tem também, claro, o apetite sem fundo do comércio varejista, que sempre dá seu jeito de encarecer os produtos ou serviços.
O problema é que entra aí um personagem fundamental, a única peça que seria realmente capaz de dar um jeito no abuso do preço: o consumidor.
Enquanto o consumidor pagar tudo o que lhe for cobrado, as empresas nunca vão baixar os seus preços. Faz parte do jogo, evidentemente, não só no mercado de tecnologia.
Essa discussão me lembra uma velha e sintomática história — ou lenda, não sei, mas que tem a ver. Conta-se que, há muitos anos, perguntou-se a um executivo das fabricantes de automóveis por que motivo os carros são tão caros no Brasil, quando comparados a mercados de outros países.
Com a sinceridade que é peculiar aos gringos, o executivo respondeu, sem nenhuma cerimônia : “Vendemos caro porque os brasileiros pagam. Elementar, meu caro, elementar”.
Fica a pergunta: até quando vamos pagar mais caro por causa de status?