Rio - O reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel pode deixar de ser mensal, como ocorre atualmente, e passar a correr com mais frequência dentro do mesmo mês. Ontem, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, informou que a companhia analisa a possibilidade de diminuir o tempo entre os anúncios de elevação ou queda dos valores dos combustíveis nas refinarias, o que deverá ter maior reflexo no preço final nas bombas dos postos e também no bolso dos motoristas do país.
A mexida nos preços pode acontecer de 15 em 15 dias, mas a empresa ainda não fechou questão sobre o prazo. No mais recente reajuste, a Petrobras decidiu reduzir o preço médio da gasolina nas refinarias em 5,4% e, o do diesel, em 3,5%.
Segundo Parente, as variações do preço do petróleo no mercado internacional e, principalmente as oscilações do dólar, vão influenciar a decisão da estatal. O presidente da empresa afirmou que ainda não há previsão sobre quando a mudança deve ocorrer. Conforme o executivo, o assunto será definido pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços, formado pelo próprio Pedro Parente e diretores da Petrobras.
“É claro que a sistemática atual é muito melhor que a anterior”, afirmou ele em referência ao modelo adotado antes de sua gestão, quando a decisão passava também pelo Ministério da Fazenda.
Parente destacou que, embora a frequência de reajustes mensais tenha ajudado, ainda resta a questão da volatilidade dos preços do petróleo e do dólar, que variam diariamente. “Essa é a diferença que estamos pensando em aproximar”, disse ao deixar o Ministério de Minas de Energia, após reunião com o ministro Fernando Coelho Filho.
A atual política de preços, adotada pela Petrobras desde outubro do ano passado, tem como base os preços das commodities praticados no mercado internacional.
São feitas avaliações mensais para determinar se haverá ou não reajustes dos preços dos combustíveis para cima ou para baixo, dependendo da oscilação do valor dos produtos no mercado internacional.
Política de preço do gás de cozinha sofre alterações
No último dia 7, a Petrobras divulgou uma nova política de preços para o gás de cozinha, o GLP. Com a modificação anunciada, o valor do botijão aumentará até R$ 1,25 por unidade para o consumidor final. A vigência dos novos preços será aplicada a partir do dia 5 de cada mês. Neste mês, a correção ocorreu no último 8.
De acordo com o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, a composição do preço do botijão mudará. Segundo ele, hoje é em torno de 25% de realização Petrobras, 20% de impostos e 55% é a margem de distribuição e revenda. A previsão é que passa a ser 26% para a Petrobras, mantendo os 20% dos impostos e uma pequena queda na margem de distribuição e revenda para 54%.
O preço nas refinarias será calculado pela média mensal das cotações do butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das cotações da venda do dólar, acrescida de uma margem fixa de 5%.
A vigência dos preços será aplicada a partir do dia 5 de cada mês, com início previsto para este mês de junho, quando o reajuste será aplicado, excepcionalmente, a partir do dia 8.