Por thiago.antunes

Rio - A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito caíram pela terceira vez seguida em maio, segundo mês em que estavam em vigor as novas regras para o cartão. A taxa ficou em 363,3% ao ano, queda de 64,8 pontos percentuais na comparação com abril (428,1%) e de 111,4 pontos em relação a maio de 2016 (474,7%). Já os juros do parcelamento da fatura do cartão de crédito caíram de 162,2% para 160% ao ano em maio, segundo dados do Banco Central. 

A “queda” anunciada, e comemorada, pelo BC é vista com cautela pelo especialista em finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral, professor Gilberto Braga. “Apesar da queda, a taxa ainda é absurda e as pessoas devem evitar o endividamento”, alerta. Ele acrescenta que, simbolicamente, a taxa de 363% corresponde a praticamente 1% ao dia.

Norma

Desde 3 de abril, o consumidor só pode usar o rotativo do cartão por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual você define o número de prestações na hora da aquisição.

Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim altos. Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era cobrada n o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa bola de neve. Com a medida, a expectativa do BC é que esse nível de endividamento diminua.

“O uso do pagamento rotativo do cartão de crédito e do cheque especial só deve ser feito em situação emergencial por serem mais altas do que de outras modalidades, apesar da redução recente”, disse o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.

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