Rio - A Reforma Trabalhista vai à votação no Senado na próxima terça-feira, conforma havia previsto o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Isso porque ontem o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, apresentou parecer em que rejeitou todas as 177 emendas feitas.
No dia da votação, Eunício agendou uma sessão para encaminhar a votação pelos líderes partidários. O acordo entre senadores da base e o Planalto é deixar para o presidente Michel Temer fazer as mudanças nos trechos controversos da reforma quando sancionar o projeto. Com isso, as novas regras podem entrar em vigor mais rápido. Aliados avaliam que Temer, denunciado no caso de corrupção envolvendo o frigorífico JBS, pode ter “sobrevida” com a aprovação do projeto.
A base aliada defende que a reforma vai gerar empregos e diminuir a informalidade no país. O que é contestado pela oposição. Para os contrário às alterações na CLT, haverá retirada de direitos e precarização do trabalho. Essa afirmação é corroborada por dossiê preparado pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Unicamp.
Segundo o dossiê, as mudanças, tratadas como prioridade pelo governo Temer e pelo mercado, podem resultar em consequências nefastas para os trabalhadores. O documento aponta que a regulamentação do trabalho temporário, autônomo e terceirizado e da jornada parcial, além da criação do trabalho intermitente, “legaliza a transformação do trabalhador em empreendedor de si próprio, responsável por garantir e gerenciar sua sobrevivência em um mundo de trabalho que lhe retirará a já frágil rede de proteção social existente”.