Por tabata.uchoa

Rio - O Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Muspe) fará um ato amanhã, às 13h, em frente ao Palácio Guanabara, para reivindicar a quitação imediata dos salários atrasados de maio, junho e o 13º do ano passado. Lideranças do grupo ressaltam que a situação do funcionalismo é preocupante. 

Mais de 200 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas do estado estão sem o salário de junho e 126 mil aguardam os vencimentos de maio. O governo deve o décimo terceiro a 227 mil pessoas. A expectativa do Executivo do Rio é de quitar parte dos atrasados na segunda quinzena deste mês com a venda da folha de pagamento (o leilão ocorre na quinta-feira) e a outra com a homologação do acordo de recuperação fiscal. O Muspe vai cobrar o pagamento imediato das folhas.

Lideranças do Muspe ressaltam que a situação do funcionalismo é preocupanteAgência Brasil

Um dos representantes do movimento e presidente da Associação de Bombeiros Militares do Estado do Rio (ABMERJ), Mesac Eflain disse, que “não dá mais para esperar o governo cumprir os prazos que apresentou”.

“Queremos a quitação de todos os atrasados. Não dá mais para esperar o acordo (de recuperação fiscal). Foram nove prazos (para pagar os salários) desde o início do ano. Diante disso, os servidores se reuniram e vão se reunir na terça-feira, mais uma vez para cobrar do governo”, disse Eflain.

Coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Marta Moraes pediu que o crédito dos vencimentos de todas as categorias seja prioridade. “O ato será em defesa dos aposentados, pensionistas e categorias sem salários. Ninguém aguenta mais”, afirmou.

As únicas áreas que têm recebido no décimo dia útil, que é a data oficial de pagamento do estado, são a Segurança (para todos) e a Educação (apenas os ativos). A Procuradoria Geral do Estado (PGE) também tem feito o depósito na data, mas com recursos próprios, com autorização de decisão judicial. Ativos da Secretaria de Fazenda não têm enfrentado atrasos.

Mesac Eflain ressaltou que a campanha de doação de alimentos organizada pelo Muspe tem amenizado o sofrimento das categorias, mas não resolve a situação de penúria.
“Muitos não estão só passando fome, mas todo tipo de necessidade. A cesta básica não resolve a conta de luz nem a compra de remédios”, declarou.

A distribuição de alimentos ocorrerá amanhã, a partir das 9h, na sede do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), que fica na Rua Evaristo da Veiga 55 (7º andar), no Centro do Rio. Na quarta-feira, será na Coligação dos Policiais Civis (Colpol), na R. Sete de Setembro 141, também no Centro.

Na sexta, o Muspe entregará as doações na Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos; e sábado no Sind-Justiça, na Travessa do Paço 23, no Centro do Rio.

A Arquidiocese do Rio também contribuiu para a campanha e enviou 500 cestas básicas ao polo de Campos. Segundo o Muspe, parte dos quites arrecadados será levada também ao Sepe e à Colpol.

À ESPERA DO ACORDO
O governo espera a homologação do Regime de Recuperação Fiscal pelo presidente Michel Temer para sair do buraco financeiro. O acordo pode sair em até 60 dias, e o prazo começou a contar na semana passada. O plano prevê empréstimo de R$3,5 bilhões, com ações da Cedae como garantia, e esse recurso deve ser utilizado para pagar 13º e as folhas futuras. 

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