Por karilayn.areias

Rio - O último dia da campanha de doação de cestas básicas promovida pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), ontem, levou centenas de aposentados e servidores ativos do estado a Bangu e a Campos (na Uenf). Mesmo com o pagamento de atrasados de maio, junho e julho nesta semana, muitos se encontram em dificuldades, já que os recursos foram usados para quitar dívidas e juros. Mais de quatro mil cestas foram distribuídas em todo o período da ação .

O Muspe afirmou que mais de 200 cestas básicas foram entregues na Paróquia São Lourenço%2C em BanguMaíra Coelho/ Agência O DIA

Moradora de Duque de Caxias, a pensionista da Secretaria de Saúde Valéria Hipólito, 60 anos, pegou cesta básica ontem na Paróquia São Lourenço, em Bangu. Ela contou que, durante todo esse tempo, viveu apenas com a ajuda de familiares.

“Agora estou pagando tudo com juros e acertando as coisas aos poucos. Foi brabo, até fome eu passei”, relatou Valéria, que faz tratamento ortopédico e anda com ajuda de muletas.

Apesar de a campanha ter se encerrado, ainda há doações a serem feitas e representantes do Muspe se reunirão segunda-feira para decidir onde distribuir essas cestas. Há intenção de entregar kits novamente no polo de Bangu. A decisão de suspender a ação foi tomada após o pagamento de atrasados de maio, junho e julho nesta semana.

A mobilização chegou a ter adesão também da Arquidiocese do Rio e da Ação da Cidadania. “Com esses apoios e generosas doações, o Muspe finalmente conseguiu criar um polo de distribuição na Zona Oeste, ajudando muitos servidores que moram nessa região e tinham dificuldades de ir a outros polos da cidade”, disse Marcos Freitas, do SindpeFaetec e do Muspe.

“Ainda há cerca de quatro toneladas de cestas que precisam chegar a quem precisa”, acrescentou o sindicalista, afirmando que a ideia é distribuir os alimentos na quinta-feira em Bangu.

Coordenadora do Sepe e uma das representantes do movimento, Marta Moraes agradeceu a solidariedade de quem se engajou. “A campanha foi vitoriosa e também de denúncia”, afirmou ela, que complementou: “Houve muitas doações de várias entidades, além de supermercados e shoppings... Agora, decidiremos o que faremos com as sobras. Queremos ajudar principalmente categorias em piro situação”. 

A pensionista Valéria Hipólito lamentou%3A “Cheguei a passar fome”Maíra Coelho / Agência O Dia

Fim da greve na Faetec

Em assembleia geral realizada ontem, servidores da Faetec decidiram encerrar a paralisação devido ao pagamento dos três salários pendentes.

A coordenação-geral do SindpeFaetec declarou, em nota, que “após o pagamento dos salários de maio, junho e julho, condicionante principal para sairmos da greve, a direção do sindicato defendeu a suspensão da greve dos profissionais da Faetec e o retorno ao estado de greve”.

A entidade informou que continuará mobilizada, cobrando liberação de verbas para custeio, possibilitando que serviços de limpeza, vigilância e fornecimento de merenda escolar voltem a ser oferecidos. 

Mudança em creche

Servidores municipais do Rio protestaram ontem contra mudança na Creche Municipal Paulo Niemeyer, que atende exclusivamente filhos de funcionários da prefeitura. A ideia do município é abrir vagas para pessoas carentes. O funcionalismo teme que o benefício acabe para categorias e ressaltou que a creche foi criada para atender apenas servidores e é sustentada com as contribuições deles.

O Previ-Rio informou que a Secretaria de Educação passará a administrar o local e que apenas ampliará o serviço a outras crianças, o que não comprometerá o atendimento de alunos filhos de servidores.

Você pode gostar