Por karilayn.areias

Rio - A indefinição sobre o fechamento do acordo entre a União e o estado para a recuperação fiscal do Rio levou ao adiamento da reunião de sindicatos de servidores com o líder do governo na Alerj, deputado Edson Albertassi (PMDB). O funcionalismo voltaria a discutir reivindicações de diversas categorias, mas o parlamentar decidiu reagendar o encontro para a próxima semana, já que não há ainda o que apresentar diante da demora do socorro fi nanceiro.

Os representantes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) afirmaram que vão insistir nos três itens da pauta: calendário único de pagamentos para ativos, inativos e pensionistas; progressões (para civis) e promoções na carreira e convocação de aprovados em concursos sobrestados.

“Na reunião que tivemos com o governador (Luiz Fernando Pezão), essa foi a pauta em comum de todas as categorias, pois essas questões estão afetando todos os servidores”, disse um dos integrantes do Muspe, João Rodrigues, presidente do SindDegase.

Ele destacou ainda que, na ocasião, o governo deixou claro que os problemas só seriam solucionados a partir da adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

E enquanto nada é resolvido, o Muspe entregará, hoje, em Bangu, na Zona Oeste, cestas básicas excedentes da campanha solidária. As doações ocorrerão das 10h às 15, na Paróquia São Lourenço (Avenida Ministro Ary Franco 850).

Na última sexta, o grupo levou a iniciativa, pela primeira vez, à Zona Oeste da cidade, nesta mesma paróquia, com a ajuda da Arquidicoese do Rio e a Ação da Cidadania. 

DOAÇÃO NO SÁBADO

No dia 15 de julho, o movimento dos servidores retomou a campanha de arrecadação e doação de cestas básicas devido aos sucessivos e longos atrasos salariais do governo. Desde a data até a última terça-feira (quando houve distribuição de kits no Sepe), foram entregues 8.906 kits a aposentados, ativos e pensionistas do estado. Além da ação de hoje, o Muspe vai fazer as últimas entregas no SindJustiça, no sábado, a partir das 9h. O sindicato fi ca Travessa do Paço 23, no Centro do Rio. 

PARA ACORDO SAIR

O estado segue aguardando o desfecho para a adesão ao RRF. Mas, por enquanto, não há expectativa de o acordo ser fechado na próxima semana. Ainda há detalhes sendo discutidos pelos órgãos federais. Conforme a coluna informou ontem, com a ampliação do Repetro (incentivo fiscal a petroleiras) pela União, haverá tendência dos estados a fazerem o mesmo. Se isso ocorrer no Rio, o governo estadual terá que refazer contas para fechar o modelo financeiro apresentado ao Tesouro. 

À ESPERA 

O efeito mais imediato após a homologação da recuperação fiscal do Rio pelo presidente Temer será o recebimento de empréstimo de R$ 3,5 bilhões ao governo fluminense. O crédito será destinado ao pagamento do 13º de 2016 a 227 mil ativos, inativos e pensionistas, e às folhas futuras. Só quando o acordo sair é que o estado poderá fazer a operação, já que está impedido de receber crédito, por estar em desacordo com a LRF. 

APS CONTRA VENDA

A Associação dos Profi ssionais em Saneamento (APS) divulgou ontem que o MPF acatou representação feita pelo grupo para apurar as circunstâncias da realização do pregão feito pelo BNDES. Na ocasião, o banco defi niu o consórcio que faz a consultoria para a modelagem de venda da Cedae. As ações da estatal são a contragarantia para o empréstimo de R$ 3,5 bi. Funcionários da companhia são contra a privatização. 

NÍVEL SUPERIOR

O presidente do Sindpol (Sindicato dos Policiais Civis do Rio), Marcio Garcia, e o presidente da Colpol (Coligação dos Policiais Civis), Fábio Neira, se reuniram na terça-feira com os deputados Edson Albertassi (PMDB) e Zaqueu Teixeira (PDT). Os parlamentares são autores de projeto de lei que reconhece o Nível Superior dos investigadores da Polícia Civil. O texto foi aprovado na Alerj, mas recebeu veto do governador. 

ANÁLISE DE VETO 

A Alerj deve analisar o veto (alegado por vício de iniciativa) do governo na próxima semana, com possibilidade de derrubá-lo. Na reunião com representantes dos policiais, os deputados também ouviram investigadores. O objetivo, com a proposta, é criar uma carreira única para os investigadores da Polícia Civil, a exemplo do que ocorre na Polícia Federal. Ontem, o Legislativo derrubou 14 vetos do estado a PLs.

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