Rio - O governo federal estuda reduzir as taxas das operações de empréstimo consignado para servidores, aposentados e pensionistas do INSS. Com a queda da taxa Selic anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para 8,25% ao ano, ganha força a proposta de também baixar os juros dos créditos com desconto em folha para os funcionários públicos da União e segurados da Previdência Social.
Para o funcionalismo, a redução será do patamar de 2,2% para 2,05% ao mês. Já para os aposentados, o novo percentual ainda não está definido. Atualmente, o teto estabelecido pelo INSS é de 2,14% ao mês para o consignado.
Questionado pelo DIA, o Ministério do Planejamento informou que a redução dos juros dos empréstimos com desconto em folha para servidores federais faz “parte de estudos que estão tramitando internamente” na pasta. Mas que ainda não há decisão tomada.
O ministério esclareceu ainda que para que as taxas sejam reduzidas “é necessária a publicação de portaria assinada pelo ministro do Planejamento (Dyogo Oliveira) e não há definição de quando isso ocorrerá”. Em Brasília, especula-se que será nos próximos dias.
A Secretaria de Previdência, subordinada ao Ministério da Fazenda, informou que houve reunião do Conselho Nacional da Previdência para discutir a redução dos juros. Porém, ainda não foi batido o martelo de qual percentual será estipulado como teto.
Oitava queda consecutiva
O Copom, do BC, decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em um ponto percentual, de 9,25% para 8,25% ao ano. O corte foi o oitavo consecutivo e coloca a Selic no patamar mais baixo desde maio de 2013, ainda no governo Dilma, quando estava em 8% ao ano.
A redução terá impacto no rendimento da poupança. Pela regra em vigor, quando a Selic fica igual ou acima de 8,5% ao ano, a caderneta rende 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais a TR. Abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa, ou seja passará a 5,78% ao ano.
Bancos repassam queda da Selic
Logo após o anúncio da queda da Selic, os principais bancos do país divulgaram que vão repassar a redução para os clientes. O Banco do Brasil mexeu nos juros do crédito imobiliário. Para as linhas do SFH, as novas taxas passam a variar entre 9,24% a 10,44% ao ano, ante os 9,74% e 10,69% ao ano cobrados até aqui. Já na Carteira Hipotecária, eram 10,65% e 11,74% ao ano e agora serão de 10,15% na mínima e 11,49% ao ano a maior.
O Bradesco repassará o corte às linhas de crédito de pessoas física e jurídica. O Itaú Unibanco também anunciou nova redução de juros, que começa a valer a partir de 13 de setembro. Para pessoa física haverá redução nas taxas do empréstimo pessoal e cheque especial. O Santander informou que também mexeu nas taxas. Segundo o banco, a mínima do crédito pessoal caiu de 1,79% ao mês para 1,69% ao mês. Já a taxa mínima de financiamento de veículos passou para 1,12% ao mês.