Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que as discussões sobre a reforma da Previdência foram retomadas. "A expectativa é que seja votada no Congresso em outubro", escreveu o ministro no Twitter.
Nesta segunda, o presidente Michel Temer pediu ao ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, para sondar com os deputados o clima para retomar a reforma da Previdência "com força total" logo após o retorno do presidente de Nova York, na semana que vem.
As discussões sobre a reforma da Previdência foram retomadas e a expectativa é que seja votada no Congresso em outubro
— Henrique Meirelles (@meirelles) 11 de setembro de 2017
Na semana passada, o governo obteve duas importantes vitórias no Congresso Nacional com a aprovação das mudanças nas metas fiscais de 2017 e 2018 e da criação da nova taxa de juros dos financiamentos do BNDES, a chamada Taxa de Longo Prazo (TLP).
Esses resultados foram recebidos como um sinal de ambiente mais favorável ao governo para votar matérias de seu interesse - o que se soma à recente reviravolta no campo político, com a possibilidade de reversão de benefícios concedidos a executivos da JBS que implicaram o presidente Michel Temer em suas delações, mas teriam omitido outras informações.
Meirelles também publicou no Twitter que, após a aprovação das mudanças nas regras previdenciárias, o governo vai trabalhar na formulação da reforma tributária, "com objetivo de simplificar o sistema".
Em São Paulo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que "não há pernas" para tocar duas reformas ao mesmo tempo. "A reforma mais urgente é a da Previdência. A tributária é o passo seguinte", disse após fazer palestra em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na palestra, Dyogo disse que o governo pode estar próximo de não conseguir honrar as despesas com a Previdência se uma reforma não for feita. "Estamos prestes a não poder pagar", disse ele.
O ministro mencionou que, só em 2018, haverá déficit de R$ 200 bilhões, considerando apenas o regime geral. Incluindo o funcionalismo público, esse total deve chegar a R$ 300 bilhões. "Não há como protelar a reforma", afirmou, ressaltando que a população brasileira está vivendo mais, mas hoje as pessoas se aposentam muito cedo. "Chega de falácias, de falar que pode tirar daqui e dali". Ele citou os casos de Portugal e Grécia, que reduziram o valor das aposentadorias e chegaram até a parar de pagar os benefícios. (Idiana Tomazelli, Carla Araújo, Felipe Frazão, Altamiro Silva Junior e Francisco Carlos de Assis)