Por karilayn.areias

Rio - Um chefe de família assalariado sofre um acidente doméstico e quebra o braço. Munido de carteirinha do plano de saúde e identidade, pede ao vizinho que o leve até a uma clínica. Aí começam os problemas do "assistido", ou melhor "desassistido". O convênio médico em questão não dava direito a atendimento de ortopedista. Começa, então, uma verdadeira cruzada para conseguir atendimento médico. O caso é ficção, mas faz parte do cotidiano de milhares de pessoas que pensam estar seguras com o seu plano, mas não sabem que compraram "gato por lebre".

"Nos planos individuais e coletivos é importante conhecer prazos de carência, coberturas, procedimentos, rede de credenciamento, de profissionais, hospitais, clínicas e laboratórios", alerta Marcelo Souza, da Flap Corretora de Seguros.

Outros pontos relevantes destacados pelo corretor é ter informações sobre a capacidade financeira da operadora escolhida.

"Isso pode ser feito no site da Agência Nacional de Saúde (ANS), na mesma página é possível verificar os gráficos de atendimentos feitos e recusados de todos os planos de saúde comercializados no país. E ainda se o plano que está sendo vendido permanece autorizado pela ANS", orienta Marcelo Souza.

Vale lembrar que a ANS divulga com frequência lista de planos de saúde que terão a venda suspensa devido a reclamações sobre cobertura assistencial. A última listagem que saiu foi no dia 1 deste mês, relativa ao segundo trimestre deste ano. Entre as queixas, estão negativas e demora no atendimento. A medida, segundo a ANS, atingiu 41 planos de dez operadoras e a suspensão da venda começou a partir do último dia 8. O número de beneficiários dos planos suspensos é de 175.071.

Segundo a ANS, os clientes continuam a ter assistência regular. A comercialização só é suspensa para novos consumidores. As operadoras que negaram indevidamente cobertura também podem ser multadas.

Um outro ponto salientado por Claudio Zogbi, da corretora Unitedclass, é a importância de contratar o serviço por meio de um corretor cadastrado. "Na verdade tudo o que for acertado estará no papel. Se o cliente fizer o plano de saúde com um corretor cadastrado ele não terá problema", garante Zogbi.

E alerta: "É importante o segurado procurar uma corretora que tenha código nas operadoras", diz. "Cada corretor é cadastrado nas empresas com seu código. Se houver algum tipo de falcatrua ele perde esse número de cadastro", finaliza.

Por adesão e individual, os mais comuns

Existem dois tipos de contratos de plano de saúde, segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) mais utilizados. Há o individual, quando é contratado diretamente por uma pessoa física. Esse plano também pode contemplar os dependentes do beneficiário titular, tornando-se, neste caso, um convênio familiar.

Plano por adesão, que é mais usado pelas empresas que oferecem convênios médicos para seus funcionários. Caso previsto no contrato é possível incluir sócios e administradores, demitidos e aposentados, temporários, estagiários e menores aprendizes. 

ANS tem rol de procedimentos

A ANS define lista de consultas, exames e tratamentos, denominada Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que os planos de saúde são obrigados a oferecer, conforme cada tipo de convênio - ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia, referência ou odontológico. É preciso verificar pontos principais sobre a rede de hospitais, laboratórios e médicos conveniados ao seu plano.

Um deles é que nem todos os planos têm direito à internação hospitalar. Os planos que dão acesso a esse serviço são os de tipo hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem obstetrícia ou plano referência.

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