Rio - O Carnaval passou, as fantasias voltaram para o guarda-roupa, a folia permitiu que todos recarregassem as baterias para o 2018 que agora começa para valer. E nesse ritmo, vale recordar que as tarifas de energia elétrica tiveram aumentos muito expressivos nos últimos anos, depois de terem sido reduzidas em 2012. A falta de chuvas, que parece estar chegando ao fim, somada a decisões equivocadas de um passado recente tiveram efeito inverso, fazendo o consumidor pagar caro por um item de extrema necessidade, como é a energia.
Como nem todos conseguem pagar as contas em dia, há saídas que alguns recorrem, mas que geram riscos elevados: os gatos de energia. O problema é que o barato pode sair caro. Perigosos, os gatos são feitos por pessoas com dificuldades financeiras. Neste caso, grandes são as chances das instalações elétricas das residências serem antigas, sem nenhum tipo de manutenção ou reforma.
Um gato, por mais bem feito que possa parecer, traz risco de danificar eletrodomésticos, sobrecarregar a fiação da casa (como o consumidor não paga pela luz, tende a ligar o máximo possível de aparelhos elétricos) e até mesmo causar incêndios, por curto circuito - prejuízo que justifica o velho chavão, de que o barato sai caro. Isso quando não há vítimas, feridas ou mortas no próprio momento de manipulação da rede para criar o gato.
O consumo de energia numa residência, hoje, é maior do que há 15 ou 20 anos. E, nos últimos tempos, verificamos uma mudança relevante no padrão de vida dos brasileiros, mesmo os das classes menos favorecidas economicamente. Verificou-se uma mobilidade social intensa, com a consequente compra de TVs modernas, com acesso à internet, computadores, aparelhos de ar condicionado, fornos microondas, refrigeradores e etc…
Ou seja, muitas pessoas compraram uma profusão de aparelhos que podem resultar gasto maior com energia elétrica, sendo que a crise econômica presente desde 2014 diminuiu a renda delas, que, obviamente, não querem abrir mão do conforto conquistado lá atrás. Mas a opção do “gato” nunca vai ser a melhor, principalmente quando se considera a segurança.
Sérgio Malta é presidente do Conselho de Energia da Firjan