Pavilhão da FN Plataform  - VIVIANE FAVER/AGÊNCIA ODIA
Pavilhão da FN Plataform VIVIANE FAVER/AGÊNCIA ODIA
Por VIVIANE FAVER
Marcas brasileiras de calçados como Ipanema, Zaxy, Carrano, Vicenza, Kidy, Magia Teen, Petite Jolie , Ala, Zatz, Pegada, Offline, Suzana Santos e Renata Mello, estão participando da maior feira de calçados da América do Norte, a FN Plataform, que ocorre essa semana em Las vegas, nos Estados Unidos. Além de calçados, a feira deste ano também conta com os setores de vestuário e acessórios.
E os calçados brasileiros têm ganhado espaço no mercado norte-americano. No mês de julho, as exportações para os EUA registraram o embarque de 7,9 milhões de pares que geraram US$ 84,35 milhões, incrementos de 65,2% em volume e de 44,4% em dólares no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Com isso, a soma dos sete meses do ano chegou a 65 milhões de pares e US$ 565 milhões, altas 8,2% em volume e de 3,6% em receita no comparativo com igual período correspondente de 2018, segundo dados fornecidos pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Segundo a analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Ruisa Scheffel, essa expansão deve trazer uma visitação ainda maior do que a registrada em eventos anteriores, média de 50 mil pessoas, pois facilitará a logística dos compradores. "Um comprador que está buscando um look completo para sua loja, poderá comprar calçado, acessórios e vestuário em um único local. Serão abertas novas oportunidades", avalia.
Na FN Platform do ano passado, a participação nacional gerou mais de US$ 3,5 milhões, somados os negócios realizados durante o evento. "Trata-se de um número significativo, porém o principal é o relacionamento realizado com uma gama de importantes compradores de mais de 100 países, especialmente do maior mercado para calçados do planeta, os Estados Unidos", comenta Ruisa.
Ela ainda projeta que as vendas brasileiras devem ser impulsionadas pela guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, que tem feito com que compradores norte-americanos busquem alternativas de fornecimento fora do país asiático como forma de se precaver diante das possibilidades de novas tarifas de importação. "Além disso, temos o fato do dólar valorizado sobre o real, o que possibilita a formação de preços mais competitivos", conclui a analista.
Todas as marcas brasileiras participantes do evento foram apoiadas e direcionadas pelo Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Um bom exemplo dos benefícios da participação em eventos internacionais como este pode ser visto na expansão da marca de calçados do Rio Grande do Sul, Vincenza, fundada em 1992, com apenas cinco funcionários, emprega, hoje, 200 funcionários e atua em 500 pontos de venda no Brasil espalhados por todos os estados e comercializa seus produtos para cerca 350 clientes ao redor do mundo , presente em 62 países nos 5 continentes, segundo o diretor de vendas internacional, Geison Ferreira.
“A feira de Las Vegas é uma das principais do segmento a nível mundial e movimenta cerca de R$ 1 milhão em vendas. A marca já participa do evento desde 2015, mostrando nossos produtos para os principais clientes nos EUA e Canadá e prospectando novos clientes, principalmente boutiques e lojas online.”, ressalta Geison.
A empresa já possui 50% da sua receita oriunda do mercado externo e enxerga no exterior grandes oportunidades para crescer. Os produtos feitos pela marca têm grande aceitação dos clientes internacionais. “Hoje vemos o mercado externo como peça fundamental para o crescimento e acreditamos que uma marca forte internacional tem maior poder também no mercado brasileiro. Além disso, os frutos oriundos da internacionalização geram aprendizados importantes para continuarmos melhorando nossos produtos”, declara.
No geral a Vincenza cresceu 30% de 2017 para 2018, alavancada pela exportação que cresceu mais de 200% em receita no ano. E o crescimento esperado para final de 2019 é de 19%, de acordo com o diretor de vendas internacionais.
Para os interessados em participar da feira em Las Vegas, Geison avisa que os maiores gastos estão no desenvolvimento de amostras, espaço, ambientação, hospedagem e passagem aérea, divulgação e investimento em consultoria de produto e comercio internacional.
Para concluir ele relata que o consumidor americano se mostra mais casual do que o consumidor brasileiro. “Vemos, aqui na feira, um grande movimento dos consumidores buscando produtos mais confortáveis e de uso diário e as marcas precisam oferecer uma gama maior de produtos para cativar novos consumidores”, avisa.
Edição Martha Imenes