Roberto Castello Branco - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Roberto Castello BrancoFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Após a intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Petrobras, o representante da estatal Roberto Castello Branco se pronunciou pela primeira vez. No dia 19, o chefe do Executivo anunciou o general da reserva Joaquim Silva e Luna para o comando da empresa, em meio à críticas sobre a política de preços dos combustíveis da companhia. Nesta quinta-feira, Castello Branco voltou a defender a medida da estatal, que configura a Política de Paridade Internacional (PPI).
Como vem argumentando, o presidente da Petrobras refutou que o combustível no país esteja caro, principalmente o óleo diesel. Segundo o executivo, pelo contrário, o valor cobrado no mercado interno está abaixo do da média global.
Publicidade
"Falo isso baseado em estatísticas com preços de 160 países. A média dos preços do país está abaixo da média global. Mesmo se corrigirmos pela renda per capita, os preços ficam ligeiramente abaixo da média globo", disse ele.
"É surpreendente dedicarmos tanta atenção ao tema da PPI no século XXI. Petróleo é commodity, cobrada em dólar, não há como fugir", afirmou em teleconferência sobre os resultados da companhia.

"A empresa ainda é muito endividada, em dólar; como conciliar com receita em real?", disse o executivo, acrescentando que se o Brasil quer ser uma economia de mercado, tem que ter economia de mercado. "Preços abaixo do mercado geram consequências negativas", comentou.

Ao ressaltar cortes de custos em sua gestão, destacou o plano de demissão voluntária (PDV), que contou com a adesão de 11 mil funcionários, dos quais 6 mil já deixaram a empresa.

O retorno aos acionistas ainda é "muito pobre", afirmou Castello Branco. Segundo ele, "o caixa ao longo do tempo deve ser reduzido para melhorar a eficiência na alocação de capital".

Castello Branco concluiu sua fala, então, elogiando os funcionários da companhia. "A empresa está numa trajetória excelente para ser a maior petrolífera com entrega de valor a acionistas", disse.
Publicidade