Preços dos combustíveis exerceram a maior pressão sobre o orçamento de famílias de todas as classes de renda em março
Preços dos combustíveis exerceram a maior pressão sobre o orçamento de famílias de todas as classes de renda em marçoDivulgação
Por O Dia
Rio - Diante da redução no preço da gasolina (R$ 0,1420 o litro), anunciada pela Petrobras nesta sexta-feira, a Ativa Investimentos estima que a queda deve apenas diminuir a velocidade de alta, mas não o valor na bomba. Para o economista-chefe da corretora, Étore Sanchez, "do 5% de reajuste negativo que nós tivemos, apenas um terço pode chegar às bombas, entretanto, ainda existe um passivo do volume de elevações que não chegou no consumidor". 
"Isso significa que, apesar da queda relativamente expressiva, a alta que deve chegar às bombas é maior do que a baixa divulgada nesta sexta. Ou seja, veremos uma alta não tão representativa com o reajuste de hoje. Esse reajuste para baixo vai apenas reduzir o montante altista no valor na bomba”, avalia Sanchez.
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“Hoje, a defasagem no preço da gasolina internacional em relação a gasolina doméstica se inverteu e, pela primeira vez em meses, o combustível brasileiro estava mais caro que no mercado internacional até 5%. Entre 16 de dezembro e 2 de março, foram anunciadas sete elevações do preço do combustível na refinaria. A última baixa tinha sido em 03 de dezembro (-2%)”, explica o economista da Ativa, Guilherme Sousa.

Em relação ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o economista-chefe avalia como positiva a decisão da estatal: "Em, termos absolutos, se a gente considerar que essa diminuição chegaria nos preços, falamos em uma redução do IPCA de abril de 8bps. Então é relevante, mas deve mitigar o avanço sem entrar em deflação, propriamente dita", finaliza Sanchez, que projeta um IPCA de 4,8% até o final de 2021.