O governo publicou também o decreto que regulamenta o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial a vulneráveis
O governo publicou também o decreto que regulamenta o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial a vulneráveisMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Por Marina Cardoso
A nova rodada do auxílio emergencial não vai compensar a perda de renda de 43% dos beneficiários que receberão as novas parcelas. De acordo com um estudo do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira (Cemif) da Fundação Getulio Vargas (FGV), por conta da diminuição dos valores desta nova etapa, as pessoas que moram sozinhas vão receber R$ 150 e vão sofrer com a falta de quantia necessária para a sua renda. 
O levantamento mostra que, mesmo com o pagamento neste valor, haverá uma perda de renda de 2% para homens e 4% para mulheres. Já no recorte feito por estados, o benefício será efetivo para moradores de apenas nove dos 27. Esses poucos estados que registram ganhos são do Norte e Nordeste.
Publicidade
O levantamento aponta que, mesmo com benefício de R$ 250, a quantia não representa uma compensação para todos os estados, fato que pode se agravar diante da intensidade da segunda onda e do surgimento de eventuais novos repiques da doença ao longo deste ano. Já com um pagamento de R$ 375, feito a domicílios chefiadas por mulheres, há ganhos para todos os estados. 
Para fazer o levantamento, os pesquisadores Lauro Gonzalez e Leonardo Oliveira usaram as projeções de aproximadamente 20 milhões de pessoas que compõe uma família unipessoal receberão parcelas de R$ 150, outras 16,7 milhões que têm famílias de 2 ou mais pessoas terão direito a parcelas de R$ 250 e 9,3 milhões de mulheres que vivem em famílias nas quais são a única provedora receberão parcelas de R$ 375.
Publicidade
"O auxílio emergencial que começou a ser pago vem em formato reduzido, tanto em valor, R$ 43 bi agora contra R$ 293 bi em 2020, quanto em público alcançado, 45,6 milhões de pessoas agora contra 68 milhões anteriormente. Diante das evidências de que o benefício em 2020 contribuiu decisivamente para uma contração menor do PIB - queda de 4,1% diante de uma expectativa inicial de 9% -, é preocupante imaginar um cenário combinando recrudescimento da pandemia e proteção social inadequada", avaliam os especialistas.