Ministro da Economia, Paulo GuedesDivulgação
Guedes afirma que alta nos preços começam a ameaçar a se transformar em aumentos permanentes
Ministro ressaltou também que o BC está "correndo atrás" de controlar a inflação
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta quarta-feira que uma alta antes pontual e transitória de preços "começa a ameaçar se transformar em aumentos permanentes". Ressaltou, porém, que o Banco Central já está correndo atrás de controlar a inflação via aumento dos juros básicos da economia.
O índice oficial de inflação, medido pelo IPCA, chegou a 8,99% em 12 meses até julho, bem acima da meta perseguida para o ano, de 3,75% com 1,5 ponto porcentual de tolerância para mais ou para menos. O mercado já espera que a inflação rompa o teto da meta, que é de 5,25%.
Guedes ponderou que a inflação está subindo "no mundo inteiro" e citou o aumento de preços de commodities e a retração da oferta de bens e serviços devido à covid-19 como fatores por trás da pressão.
O ministro ainda criticou a repercussão dada a uma fala dele sobre o fato de a energia ficar mais cara. Em uma audiência no Senado Federal na última quinta-feira, 26, Guedes afirmou que "não adianta ficar sentado chorando" diante do aumento no preço da energia elétrica, em virtude da crise hídrica.
Um dia antes, outra declaração já havia repercutido. "Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?", questionou o ministro na quarta-feira, 25.
Nesta quarta-feira, 1º de setembro, Guedes tentou se justificar. "Estava falando 'não desanimem, preço da energia vai subir um pouco'. 'Não adianta chorar' foi a expressão que eu usei, aí tiram de contexto", afirmou. "A verdade é que todos estamos lutando pelo Brasil", acrescentou o ministro.
Segundo ele, há aspectos positivos que deveriam despertar o otimismo com o País, como a existência de R$ 544 bilhões em investimentos já contratados para os próximos dez anos. "Não é power point, previsão ou proposta. Já está assinado", frisou.
Ele também elencou o cenário de juros menores e câmbio mais elevado, que favorece exportações. "Estamos indo para superávit comercial de quase US$ 100 bilhões no ano", disse.
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